Caracterização anatômica da madeira de Ocotea indecora Schott ao longo de um gradiente de altitude de 300m
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i4.45441Palavras-chave:
Anatomia ecológica; Variação ambiental; Madeiras tropicais.Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da altitude nas características anatômicas da madeira de Ocotea indecora sob diversas condições de relevo em Cunha, São Paulo. Amostras não destrutivas do caule de Ocotea indecora foram coletadas em três altitudes dentro do Núcleo Cunha do Parque Estadual da Serra do Mar (1300, 1200 e 1000 m). Cinco amostras não destrutivas foram retiradas em cada altitude ao redor do diâmetro à altura do peito (DAP) das árvores selecionadas. As árvores acima de 1250 m estavam situadas em áreas de planalto, enquanto as demais árvores amostradas estavam situadas em áreas de escarpa com inclinações variando de 30 a 90%. A geolocalização das árvores amostradas foi realizada utilizando equipamento de sistema de posicionamento global. As amostras foram processadas seguindo técnicas padrão de anatomia da madeira. Foram observadas diferenças significativas, mas apenas no diâmetro das fibras das amostras coletadas entre 1000 m e 1300 m. A 1300 m, o diâmetro das fibras apresentou os valores mais altos, enquanto o menor diâmetro das fibras foi encontrado em árvores amostradas a 1000 m. De acordo com a análise do dendrograma de agrupamento, considerando todas as variáveis analisadas, as altitudes de 1200 m e 1300 m foram agrupadas juntas, diferenciando-se da altitude de 1000 m, que formou um grupo separado. Geralmente, os elementos anatômicos se correlacionam de maneira diferente entre si, dependendo do gradiente de altitude.
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