A ambivalência do ambiente virtual, espaço para educar ou discriminar?
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i4.45461Palavras-chave:
Educação; Ensino; Mídias sociais; Racismo; Redes sociais; Legislação.Resumo
As tecnologias digitais estão tão próximas de nós, do cotidiano que já se naturalizou. Vivemos conectados às redes sociais com a virtualização das informações instantâneas. Elas têm desempenhado importante papel no processo de ensino aprendizagem, sobretudo, no contexto pandêmico, todavia, tem o seu lado nefasto ao se constituir meio de disseminação de discursos que promovem racismo e discriminação social. O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise crítica acerca das tecnologias digitais-redes sociais e sua relação com discursos de ódio e discriminação racial. A abordagem da pesquisa é quantitativa. No percurso metodológico foi realizado um levantamento de literatura de forma exploratória em bancos de dados: Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações (TEDE), SciELO, Web of Science e Google Acadêmico utilizando os descritores: “Racismo”, “Étnico-Racial”, “Educação”, “Redes Sociais”, “Preconceito”, “Viés Algorítmico”. Analisou-se o período de 2019 a 2023. Os resultados indicaram que apesar das vantagens em comunicação e expanção educacional, elas vêm sendo utilizadas para a disseminação de Fake News, de discursos de ódio direcionados a raça, religião, gênero, orientação sexual e incitação de violência física e emocional, demonstrando seu mau uso. Portanto, é crucial debater e buscar formas de assegurar que a ética, democracia e segurança sejam cumpridas, inclusive com dispositivos legais como a Lei nº 7.716/1989 relacionada a crimes de preconceito racial e Lei nº 12.965/2014 que estabelecem direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.
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