Análise epidemiológica da dengue em crianças e adolescentes no Brasil: Casos notificados, hospitalizações e óbitos (2019-2023)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i5.45529Palavras-chave:
Dengue; Epidemiologia; Hospitalização; Incidência; Pediatria.Resumo
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de notificações, internações e óbitos hospitalares por dengue em crianças e adolescentes no Brasil, entre 2019 e 2023. Metodologia: Estudo ecológico, descritivo e quantitativo. Realizado em março de 2024, utilizando dados do Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (AIH/SUS) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisadas as variáveis faixa etária, regiões brasileiras e temporalidade, calculando taxas de incidência e letalidade hospitalar por dengue. Resultados: No último quinquênio, registrou-se 1.251.126 casos de dengue confirmada em brasileiros de 0 a 19 anos, com incidência flutuante e picos em 2019 e 2023. A maior incidência ocorreu na região Centro-Oeste e notou-se um aumento progressivo de casos notificados com o avanço da idade em todo o país. Os grupos etários mais hospitalizados foram de 10 a 14 anos e de 5 a 9 anos, com maior letalidade hospitalar entre os menores de 1 ano. Conclusão: No período analisado, destacou-se um aumento de 170% dos casos de dengue em 2022, sustentado no ano seguinte, expressando uma tendência de crescimento da incidência da doença. Apesar das limitações, os dados fornecem embasamento para políticas de saúde. Medidas preventivas são cruciais para mitigar o impacto, especialmente entre crianças e adolescentes. Em suma, este estudo reforça a necessidade de uma abordagem integrada no enfrentamento da dengue, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como crianças e adolescentes.
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