Não sou uma ameaça: Um estudo qualitativo sobre aspectos de saúde mental de mulheres que vivem com HIV no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i5.45707Palavras-chave:
HIV; Saúde mental; Discriminação de gênero; Desigualdade de gênero.Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar aspectos da saúde mental de mulheres que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) no Brasil. Para tanto, foi realizada pesquisa qualitativa, ancorada no referencial teórico da Antropologia Interpretativa, no período de janeiro a março de 2022, a partir de entrevistas com dez mulheres vivendo com HIV em idade reprodutiva e em tratamento em serviço público especializado de São Paulo, Brasil. A Análise Temática foi adotada como referencial metodológico. Dos dados emergiram três categorias temáticas: Percepção do cuidado recebido e seu impacto na saúde mental; Sentimentos relacionados ao viver com HIV; e Percepção do estigma social do HIV. Os resultados mostraram que a saúde mental das mulheres que vivem com HIV esteve diretamente relacionada à percepção do cuidado em saúde, às informações que recebem, à forma como a comunicação é estabelecida e aos vínculos construídos no cuidado. Sentimentos de medo, culpa e solidão relacionados ao convívio com HIV e o estigma social são elementos que promovem sofrimento psíquico para essas mulheres. Estratégias sensíveis e abertas são essenciais para fornecer apoio eficaz e melhorar a vida das mulheres que vivem com o VIH.
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