Episiotomia e complicações associadas: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i5.45718Palavras-chave:
Gestação; Parto normal; Episiotomia.Resumo
Introdução: A episiotomia consiste em uma incisão cirúrgica perineal, região localizada entre a vagina e o ânus da mulher. A prática pode ser classificada de acordo com o local em que é feita: mediana, médio-lateral ou lateral. A incisão mediana consiste em um corte executado verticalmente a partir dos pequenos lábios em direção ao reto; na médio-lateral é executado um corte diagonalmente a partir do anel himenal. A técnica lateral, não é mais utilizada, pois provoca mais sangramentos e lesões. Objetivo: Este estudo visa avaliar a relação entre paridade e a episiotomia e as complicações associadas a essa prática. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura sistemática acerca da episiotomia e as complicações associadas à sua prática. Realizou-se um levantamento bibliográfico por meio de buscas eletrônicas nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed) e Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde (LILACS), no período de 2019 a 2023. Foram utilizados os descritores: Episiotomia, Gestação, Parto Normal. Resultados e Discussão: Na maioria dos artigos analisados, as principais indicações para episiotomia foram: primíparas, idade materna jovem, peso do recém-nascido superior a 4.000 gramas, distócia de ombro, recém-nascido com macrossomia fetal e feto com função cardíaca anormal. Conclusão: Elucida-se, portanto, que hodiernamente a episiotomia ainda é adotada como um procedimento de rotina, contrariando as evidências que invalidam as indicações para essa prática, já que, ultrapassa as taxas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo realizadas sem critérios.
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