Socioeconomia e percepção ambiental dos profissionais lagosteiros na Plataforma Continental Amazônica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4577Palavras-chave:
Recursos pesqueiros; Economia pesqueira; Litoral amazônico.Resumo
Objetivou-se verificar o perfil socioeconômico dos profissionais lagosteiros e a percepção destes em relação ao sistema pesqueiro “lagosta” na costa norte do Brasil. Foram entrevistados 40 profissionais, entre armadores, mestres e pescadores residentes nos municípios de Augusto Corrêa e Bragança (Pará), por meio da técnica “Bola de Neve”, entre setembro/14 e dezembro/15. Uma lista de 41 atributos, na forma de variáveis categóricas, foi elaborada para caracterizar o sistema pesqueiro “lagosta”. Os entrevistados eram do sexo masculino, com idade entre 21 e 60 anos. Desses, 62,5% nasceram no estado do Ceará e possuem baixo nível de escolaridade (60%). A renda dos entrevistados variou de R$ 800,00 a R$ 19.000,00/viagem, refletindo nas boas condições básicas de moradia e saúde, exceto para alguns pescadores. Acidentes de trabalho foram relados por mestres (20%) e pescadores (15%) durante as pescarias. A partir da percepção dos entrevistados, foi elencado padrões particulares para o sistema pesqueiro “lagosta”. Em geral, destacaram-se as dimensões social, econômico e ambiental, indicando a importância dessa atividade na manutenção familiar, bem como, características ambientais satisfatórias. Contrapondo, as dimensões tecnológicas e de sustentabilidade, uma vez, que o processamento e a conservação da lagosta a bordo são inadequados, levando a baixa qualidade, comprometendo sua comercialização.
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