Idade e escolaridade estão associadas à perda de emprego nos meses iniciais da pandemia de COVID-19 no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i5.45787Palavras-chave:
Desemprego; Escolaridade; Saúde ocupacional.Resumo
O Brasil foi um dos países mais afetados pela crise social e econômica causada pela pandemia da COVID-19. Este estudo teve como objetivo verificar a associação entre perda de emprego e região do país, sexo, idade, escolaridade, estado civil e parentalidade em trabalhadores brasileiros durante os meses iniciais da pandemia de COVID-19. Este estudo transversal online foi realizado com dados de trabalhadores com 18 anos ou mais de qualquer setor econômico e diferentes ocupações. Foi aplicado um questionário sociodemográfico e ocupacional. A coleta de dados teve início em junho de 2020 e término em setembro de 2020. Para estimar o grau de associação entre perda de emprego e região do país e características do trabalhador, foi realizada análise de regressão logística binomial para obtenção da odds ratio (OR) e intervalos de confiança. A amostra foi composta por 1.319 participantes e destes, 108 (8,2%) perderam o emprego nos meses iniciais da pandemia; 51,6% eram do sexo feminino; 53,5% eram casados; 42,5% relataram ter filhos; 80,7% tinham ensino superior completo. A idade e a escolaridade estiveram associadas à perda de emprego, sendo os trabalhadores mais jovens e com menor escolaridade os mais afetados pelo desemprego. Para as mulheres, a idade e a escolaridade estiveram associadas à perda de emprego, para os homens apenas a escolaridade apresentou associação significativa. Os trabalhadores jovens, principalmente mulheres, e aqueles com menor escolaridade foram os mais afetados pelo desemprego no início da pandemia no Brasil. Portanto, esse grupo de trabalhadores mostrou-se mais vulnerável e deveria ser priorizado pelas políticas públicas.
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