Imaginário materno e criminalidade: Subjetividades extraídas das narrativas da imprensa jornalística digital

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i5.45798

Palavras-chave:

Subjetividade; Maternidade; Mídia digital; Narrativas; Criminalidade.

Resumo

A subjetividade humana é constituída por experiências, elementos simbólicos e emocionais, imaginários e pulsões. Exemplifica-se pelas heranças intergeracionais que transmitem idealizações e fantasias. A sociedade vincula a mulher à maternidade, mas o desejo de ser mãe é subjetivo, pois a maternagem envolve um conjunto de princípios essenciais para o desenvolvimento da criança. O imaginário materno - fenômeno carregado de encantamento e os impactos das reverberações entre trabalho, maternidade e estresse na vida contemporânea levam à irrupção de comportamentos destrutivos, revelados pelas marcas da criminalidade; a premissa da “mãe boa” transmuta-se para a “mãe homicida”. Objetiva-se analisar as subjetividades maternas reveladas no crime de homicídio contra a prole, a fim de compreender sobre mães homicidas. O presente estudo de caráter qualitativo exploratório – descritivo e transversal, utilizou como abordagem artigos científicos, obras psicanalíticas e casos de homicídio materno contra a prole, com ocultação de cadáver, divulgados na imprensa jornalística digital entre o período de 2020 e 2022. Conclui-se que a subjetividade materna cambia fatores que impactam a maternagem, como; impacto das heranças intergeracionais, adoecimentos múltiplos, perda da identidade pessoal, egocentrismo, narcisismo, sendo indispensável o olhar dos representantes sociais – políticos, da saúde e demais profissionais para esses fenômenos.

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Publicado

23/05/2024

Como Citar

AMARAL, M. A. G. .; FONSECA, G. G. da. Imaginário materno e criminalidade: Subjetividades extraídas das narrativas da imprensa jornalística digital. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 5, p. e9813545798, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i5.45798. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/45798. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde