Teorias e perspectivas sobre o envelhecimento: conceitos e reflexões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4589

Palavras-chave:

Envelhecimento; Teorias; Psicologia do idoso.

Resumo

Nos países em vias de desenvolvimento, como é o caso do Brasil, o idoso é entendido como aquele com 60 anos ou mais, e as teorias psicológicas do envelhecimento foram possíveis somente nos últimos 60 anos, com o prolongamento temporal da vida humana e sua consequente velhice. Para a presente pesquisa, fez-se um estudo bibliográfico com materiais publicados por autores clássicos e contemporâneos a respeito das principais teorias psicológicas do envelhecimento. As teorias psicológicas do envelhecimento se subdividem em três categorias, sendo cinco teorias clássicas, duas teorias transição e seis teorias contemporâneas. As Teorias Psicológicas Clássicas apresentadas são: Desenvolvimento ao Longo da Vida, Afastamento/desengajamento, Evolutiva e da Atividade, Continuidade e Fases do Desenvolvimento Psicológico ao Longo da Vida. As Teorias Psicológicas de Transição são: Desenvolvimento da Personalidade ao Longo da Vida e Teoria Social-interacionista da Personalidade na Velhice. E as Teorias Psicológicas Contemporâneas são: Desenvolvimento ao Longo de Toda a Vida: life-span e life-course, Modelo de Desenvolvimento Bem-sucedido: otimização da seleção com compensação, Dependência Comportamental ou Aprendida, Seletividade Socioemocional, Controle no Curso de Vida e Eventos Críticos do Curso de Vida. Percebe-se que as teorias psicológicas sobre o envelhecimento sofreram alterações no decorrer do tempo, influenciadas pelo contexto sócio histórico e também pelo amadurecimento das representações sobre o envelhecimento.

Referências

Ardelt, M. (2004) Wisdom as expert knowledge system: a critical review of a contemporary operationalization of an ancient concept. Human Development, 47(5), 257–285. https://doi.org/10.1159/000079154

Atchley, R. C. (1989) Continuity Theory of Normal Aging. The Gerontologist, 29(2), 183–190. https://doi.org/10.1093/geront/29.2.183

Azevedo, M. S. A. (2015). O envelhecimento ativo e a qualidade de vida: uma revisão integrativa. Dissertação (Mestrado). Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Baltes M. M. (1995). Dependency in old age: Gains and losses. Current Directions in Psychological Science, 4(1), 14–19. https://doi.org/10.1111/1467-8721.ep10770949

Baltes M. M., & Wahl, H.W. (1992). The dependency-support script in institutions: Generalization to community settings. Psychology and Aging, 7(3), 409–418. https://doi.org/10.1037/0882-7974.7.3.409

Baltes M. M., Wahl H. W. & Hans C. (1987). Dependence in aging. Nova York (EUA): editora. (1987)

Baltes, M. M. (1996). The many faces of dependency in old age. Cambridge: Cambridge University Press.

Baltes, P. B. (1987). Theoretical propositions of the life span developmental psychology: on the dynamics between growth and decline. Developmental Psychology, 23(5), 611–626. https://doi.org/10.1037/0012-1649.23.5.611

Baltes, P. B. (1997). On the incomplete architecture of human ontogeny. Selection, optimization, and compensation as foundation of developmental theory. American Psychologist, 52(4), 366-380. https://doi.org/1007/978-1-4615-0357-6_2

Baltes, P. B., & Baltes, M. M. (1990). Psychological perspectives on successful aging: The model of selective optimization with compensation. In: Baltes, P. B., & Baltes, M. M. (Eds.). Successful aging: Perspectives from the behavioral sciences. New York: Cambridge University Press, 1-34

Baltes, P. B., Lindenberger, U., & Staudinger, U. M. (1998). Life-span theory in developmental psychology. In: Lerner, R. M. (Ed.), Handbook of child psychology: Vol. 1. Theoretical models of human development. New York: Wiley, 1029-1143

Batistoni, S. S. T. & Neri, A. L. (2007). Percepção de classe social entre idosos e suas relações com aspectos emocionais do envelhecimento. Psicologia em Pesquisa, 1(2), 03-10. Recuperado em 01 de junho de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-12472007000200002&lng=pt&tlng=pt.

Bourdieu, P. (1984). Questions de sociologie. Paris: Les Éditions de Minuit, p. 277.

Bühler, C. (1935). The curve of life as studied in biographies. Journal of Applied Psychology, 19(4), 405–409. https://doi.org/10.1037/h0054778

Bühler, C. (1980). Vida Psiquica Do Adolescente. Editora: Mestre Jou.

Carstensen, L. L. (1991). Social and emotional patterns in adulthood: Support for socioemotional selectivity theory. Psychology and Aging, 7(3), 331–338. https://doi.org/10.1037/0882-7974.7.3.331

Carstensen, L. L. (1999). Elderly show their emotional know-how. Paper presented at the meeting of the American Psychological Society, Denver, CO.

Carstensen, L. L., Pasupathi, M., Mayr, U., & Nesselroade, J. (2000). Emotional experience in everyday life across the adult life span. Journal of Personality and Social Psychology, 79(4), 644–655. https://doi.org/10.1037/0022-3514.79.4.644

Cummings, E. S., & Henry, W. E. (1961). Growing old: the process of disengagement. New York: Basic Books.

Diehl, M. (1999). Self-development in adulthood and aging: the role of critical life events. In: Ryff, C. D., & Marshall, V. W. (Eds.). The self and society in aging process. New York: Springer, 150-183.

Erikson, E. (1976). Identidade juventude e crise (2ª ed.). Rio Janeiro: Zahar Editores.

Erikson, E. H. (1959). Childhood and society. New York: Norton.

Fonseca, A. M. (2010). Promoção do desenvolvimento psicológico no envelhecimento. Contextos Clínicos, 3(2), 124-131. Recuperado em 01 de junho de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822010000200006&lng=pt&tlng=pt.

Fonseca, S. C. (2016). O Envelhecimento ativo e seus fundamentos. 1. ed. São Paulo: Portal Edições.

Fontes, A. P. (2016) Desenvolvimento na velhice: Fundamentos para psicoterapeutas. In: Freitas, E. R., Barbosa, A. J. G., & Neufeld, C. B. Terapias cognitivo-comportamentais para idosos. Sinopsys, 25-54.

Fontoura, D. S., Doll, J., & Oliveira, S. N. (2014). Aposentadoria: escolhas diferentes, caminhos divergentes. XXXVIII Encontro da ANPAD. Rio de Janeiro – RJ – 13 a 17 de setembro de 2014. p. 1-16.

Freitas, E. R., Barbosa, A. J. G., Reis, G. A., & Gomes, L. B. (2016). Bem-estar psicológico na clínica com idosos: avaliação e intervenção. In: Barbosa, A. J. G., Neufeld, C. B., & Freitas, E. R. Terapias Cognitivo-Comportamentais com Idosos. 1ed. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2016, p. 119-135.

Freud, S. (1967). Una teoria sexual. In S. Freud. Três Ensayos sobre la teoria sexual. Madrid: Alianza, 771-823

Fuller-Iglesias, H., Antonucci, T. C., & Smith, J. (2010). Theoretical Perspectives on Life Span and Life Course Development. In: Antonucci, T.C., & Jackson, S.(Eds.) Annual Review of Gerontology and Geriatrics: Life-Course Perspectives on Late Life Health Inequalities, Springer Publishing: New York.

Havighurst, R. J. (1951). Developmental tasks and education. New York: Longman Green.

Heckhausen, J. (1997). Developmental regulation across adulthood: Primary and secondary control of age-related challenges. Developmental Psychology, 33(1), 176–187. https://doi.org/10.1037/0012-1649.33.1.176

Heckhausen, J. (2002). Developmental regulation of life-course transitions: a control theory approach. In: Pulkkinen, I., & Caspi, A. Caspi (Eds.), Paths to Successful Development: Personality in the life course. Cambridge: University Press, 257-280.

Heckhausen, J., & Schulz, R. (1993). Optimization by selection and compensation: Balancing primary and secondary control in life-span development. International Journal of Behavioral Development, 16(2), 287–303. https://doi.org/10.1177/016502549301600210

Heckhausen, J., & Schulz, R. (1995). A life-span theory of control. Psychological Review, 102(2), 284–304. https://doi.org/10.1037/0033-295X.102.2.284

Hendricks, J., & Hatch, L. R. (2006). Lifestyle and Aging. Handbook of Aging and the Social Sciences. Sixth Edition. Academic Press.

Jung, C. G (1988). Memórias, Sonhos e Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Jung, C. G. (1966). Two essays on analytic psychology. In: The Collected works of C. G. Jung, v. 7. Princeton, NJ: Princeton University Press

Jung, C. G. (1971). The stages of life. In J. Campbell (Ed.), The portable Jung. New York: Viking, 3-22

Jung, C. G. (2000). A natureza da Psique. 5ª edição. Petrópolis: EditoraVozes.

Khoury, H. T. T., & Gunther, I. A. (2013). Desenvolvimento de uma Medida de Controle Primário e Secundário para Idosos. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 29(3), 277-285. Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/ptp/v29n3/v29n3a05.pdf

Leal, M. G. S. (2009). Psicologia do Envelhecimento. In: Pelegrino, S. P. Perspectiva biopsicológica do envelhecimento. Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social. Fundação Padre Anchieta, São Paulo.

Marshall, V. W. (1999) Analyzing Social Theories of Aging. In: Bengston, V. L., Schaie, K. W (Org). Handbook of Theories of Aging. New York: Springer, 434-455.

Neri, A. L. (2006a). O legado de Paul B. Baltes à Psicologia do Desenvolvimento e do Envelhecimento. Temas em Psicologia, 14(1), 17-34. Recuperado em 01 de junho de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2006000100005&lng=pt&tlng=pt.

Neri, A. L. (2013a). Conceitos e teorias sobre o envelhecimento. In: Malloy-Diniz, L. F., Fuentes, D., & Cosenza, R. M. (orgs.). Neuropsicologia do envelhecimento: uma abordagem multidimensional, Porto Alegre: Artmed, 17-42.

Neri, A. L. (2013b). Teorias Psicológicas do Envelhecimento: percurso histórico e teorias atuais. In: Freitas, E. V. & Py, L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 102-118.

Neugarten, B. L. (1969). Continuities and discontinuities of psychological issues into adult life. Human Development, 12(2), 121–130. https://doi.org/10.1159/000270858

Neugarten, B. L., & Neugarten, D. A. (1987). The changing meanings of age. Psychology Today, 21(5), 29-33.

Neugarten, B. L., Moore, J. W., & Lowe, J. (1965). Age norms, age constraints, and adult socialization. American Journal of Sociology, 7(6), 710–717. https://doi.org/10.1086/223965

Papalia, D. E., & Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: Artmed.

Rabelo, D. F., & Neri, A. L. (2011). Funcionamento psicológico positivo e mecanismos de autoregulação do self em adultos e idosos afetados por acidente vascular encefálico. In: Falcão, D. V. D; Araújo, L. F. Psicologia do Envelhecimento: relações sociais, bem-estar subjetivo e atuação profissional em contextos diferenciados. 2ª ed. Campinas – SP: Editora Alínea. Coleção velhice e sociedade, 138-154.

Rothbaum, F., Weisz, J. R., & Snyder, S. S. (1982). Changing the world and changing the self: A two-process model of perceived control. Journal of Personality and Social Psychology, 42(1), 5–37. https://doi.org/10.1037/0022-3514.42.1.5

Santos, S.S dos, & Carlos, S. A. (2013). Envelhecendo com apetite pela vida: interlocuções. Petrópolis, RJ: Vozes.

Scheibe, S., & Carstensen, L. L. (2010). Emotional aging: recent findings and future trends. Journal of Gerontology: Psychological Sciences, 65 (2), 135-144. https://doi.org/10.1093/geronb/gbp132

Schneider, R. H., & Irigaray, T. Q. (2008). O envelhecimento na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Estudos de Psicologia (Campinas), 25(4), 585-593. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2008000400013

Serafim, F. M. M. P. (2007). Promoção do bem-estar global na população sénior: práticas de intervenção e desenvolvimento de actividades físicas. Mestrado em Ciências da Educação, Especialização em Educação e Formação de Adultos.

Downloads

Publicado

16/06/2020

Como Citar

TOMÉ, A. M.; FORMIGA, N. S. Teorias e perspectivas sobre o envelhecimento: conceitos e reflexões. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e874974589, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.4589. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4589. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão