Distrofia muscular nutricional em cordeiros criados a pasto na região semiárida do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4642Palavras-chave:
Mineralização; Miopatia nutricional; Nutrição mineral; Oligoelementos; Ruminantes.Resumo
Este artigo apresenta dados importantes sobre o diagnóstico de distrofia muscular nutricional (DMN) em ovinos criados na região semiárida do Nordeste do Brasil, com foco em dados clínicos, manejo nutricional, aspectos anatomopatológicos e quantificação do selênio sérico por metodologia analítica altamente sensível. A região semiárida do Brasil é de grande importância na criação de pequenos ruminantes e muitas doenças que afetam os rebanhos estão relacionadas a falhas no manejo nutricional, medidas sanitárias, períodos de maior seca ou baixa pluviosidade, pouca disponibilidade de forragem nativa em determinados períodos do ano e falta de suplementação com nutrientes energéticos, proteínas e minerais. A falta de publicações sobre surtos de deficiência de selênio demonstra a importância do diagnóstico nessa área. A concentração média de Se no soro sanguíneo dos cordeiros foi muito baixa (2,52±1,02µg/L). Os achados nos músculos esqueléticos são compatíveis com as características observadas na DMN, caracterizadas por necrose e calcificação de miofibrilas. Além de vasculite necrosante nas arteríolas hepáticas e necrose da coagulação hepatocelular nos hepatócitos foram observadas, provavelmente desencadeadas pela peroxidação lipídica das membranas celulares. Os cordeiros deste surto, criados em pastagem na região semiárida, apresentaram baixa concentração sérica de Se, com manifestação clínica e anatomopatológica da NMD. Assim, a suplementação com Se na dieta deve ser recomendada regularmente para evitar o aparecimento de novos casos. Os níveis séricos de Se são indicadores úteis para o diagnóstico de distrofia muscular nutricional em cordeiros, associados a dados clínicos e anatomopatológicos.
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