Atuação fonoaudiológica nos traumas de face ocasionados por violência contra a mulher
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i7.46448Palavras-chave:
Violência contra a mulher; Traumatismos faciais; Fonoaudiologia.Resumo
Objetivo: Descrever as alterações estruturais e funcionais do sistema estomatognático, identificar e propagar informações a respeito da atuação fonoaudiológica nos traumas de face ocasionados por violência contra a mulher. Metodologia: Foi realizado um levantamento de artigos em 3 (três) bases de dados, sendo elas: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Public Medicine Library (PubMed) e Scientific Eletronic Libary Online (SciELO), em seguida estabeleceu-se os descritores nos idiomas português e inglês. Logo após esse processo, definiu-se os critérios de inclusão e exclusão que nortearam a busca. Foram identificados inicialmente 41 artigos nas bases de dados. Posteriormente ao levantamento bibliográfico e aplicação dos critérios de exclusão, contou-se com a seleção de 14 artigos. Destes, após a análise minuciosa, 10 atenderam os critérios de inclusão desta revisão. Resultados: Dos 10 artigos incluídos, foi constatado a presença de alterações estruturais, como a desfiguração facial, fraturas nasais, de órbita, maxila, mandíbula, complexo zigomático, lesões de tecidos moles, trauma dento alveolar, lesões craniofaciais, fratura panfacial, equimose e escoriações nas regiões cervical e frontal, que consequentemente compromete as funções do sistema estomatognático. Conclusão: O presente estudo descreveu as principais alterações estruturais, sendo elas a desfiguração facial, fraturas nasais, mandíbula, maxila e complexo zigomático, que afetam as funções do sistema estomatognático, como a respiração, fonação, mastigação e deglutição. Não há relatos sobre danos na sucção. Este trabalho propagou e identificou a importância da atuação fonoaudiológica baseada na abordagem miofuncional nos traumas faciais.
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