Disbiose intestinal e suas associações em doenças crônicas em crianças
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i8.46625Palavras-chave:
Disbiose intestinal; Laxantes; Microbioma; Infantil.Resumo
O corpo humano é colonizado por uma variedade de microrganismos essenciais para as funções fisiológicas, cujo desequilíbrio pode resultar em disbiose intestinal, particularmente significativa no trato gastrointestinal. Durante os primeiros anos de vida, as crianças passam por mudanças importantes no microbioma intestinal. Doenças crônicas, como obesidade e diabetes, afetam tanto adultos quanto crianças, podendo estar associadas à disbiose. Nesta revisão integrativa da literatura, conduzida em repositórios bibliográficos como BVS, Medline e Lilacs, o objetivo foi identificar estudos que relacionem a disbiose intestinal, em crianças, com doenças crônicas, com ênfase em prevalência e principais impactos. Os resultados destacam que a disbiose está correlacionada a sintomas gastrointestinais em crianças com doenças crônicas, com o diagnóstico baseado em sinais clínicos. Fatores como má absorção, abuso de laxantes e dieta inadequada contribuem para o desequilíbrio da microbioma. O tratamento ideal começa com mudanças na dieta, como a suplementação de glutamina, e pode envolver o uso de probióticos e antibióticos específicos, destacando a importância de uma abordagem integrada na gestão da saúde intestinal e prevenção de doenças crônicas. Portanto, conclui-se que os estudos revisados demonstram que o microbioma intestinal desempenha um papel crucial no desenvolvimento e progressão de várias condições pediátricas, como DII, DM1, DC, doenças respiratórias e hepáticas, constipação funcional e FC, destacando a importância da disbiose intestinal e o potencial terapêutico dos probióticos, além de ressaltar a necessidade de mais pesquisas para identificar estratégias terapêuticas e dietéticas eficazes para melhorar a saúde infantil.
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