Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP), entre 2008 e 2023, no estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i8.46659Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Infecções por Coronavírus; Pandemia; Condições Sensíveis à Atenção Primária; COVID-19.Resumo
As Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) têm sido utilizadas como indicador indireto da qualidade do primeiro nível de cuidados à saúde e faz parte de uma estratégia para aprimorar o planejamento e gestão dos serviços de saúde por autoridades. O contexto de pandemia da COVID-19 levou a uma situação inédita em vários municípios do estado de São Paulo: a diminuição do horário de funcionamento e o fechamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), gerando dificuldades de acesso da população à Atenção Primária. Vários estudos apontam diversos fatores que podem interferir nas ICSAP, dentre eles o horário de atendimento e as barreiras de acesso, que vão desde as geográficas à oferta de profissionais e serviços. Considerando-se que o acesso às UBSs ficou prejudicado durante a pandemia, é possível que haja um impacto nas ICSAP ocorridas no estado. Nesse sentido, o objetivo é descrever a evolução das ICSAP no estado de São Paulo, entre os anos de 2008 e 2023. Trata-se de um estudo ecológico, quantitativo e descritivo, com dados de origem secundária, obtidos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponíveis na base de dados governamental DATASUS. Os resultados finais demonstram que houve uma queda das ICSAP ao longo dos anos, acentuada no período da pandemia, e posterior aumento das ICSAP nos anos de 2022 e 2023. Com os resultados, pretende-se contribuir para o conhecimento do perfil dessas internações, ainda não estudado, e subsidiar a organização de ações a fim de minimizá-las.
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