Estratégias de Saúde Única para prevenção e controle de infecções por parasitos com potencial zoonótico em caninos e felinos de comunidades Quilombolas da região Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46790Palavras-chave:
Comunidades tradicionais; Nematoides; Transtorno de acumulação; Zoonoses.Resumo
O objetivo deste estudo foi propor estratégias de Saúde Única para prevenção e controle de parasitos gastrointestinais (PGI) de caninos e felinos em seis comunidades quilombolas da região Nordeste do Brasil. Para isso, foi realizado um estudo de campo de natureza quantitativa e qualitativa. Em caninos e felinos de ambos os sexos, idades e raças, foram coletadas amostras fecais e realizada avaliação clínica. Dos 95 animais, em 54,74% foram detectados parasitos com potencial zoonótico: Ancylostoma spp. (96,15%), Strongyloides stercoralis (5,77%), Toxocara canis (3,85%) e Trichuris vulpis (1,92%). A maioria dos animais parasitados (61,54%) não apresentou sinais clínicos, com diferença estatística em relação aos parasitados com sintomas (p=0,03098). Como resultado inesperado, foram identificados 13 indivíduos com transtorno de acumulação: 84,61% acumulavam animais e 15,38% acumulavam animais e objetos. No total, 49,47% eram caninos desses indivíduos, nos quais foram encontrados Ancylostoma spp. (92%) e S. stercoralis (8,0%). O risco de infecção foi maior para animais semidomiciliados/livre acesso à rua (OR 9,3). Este é o primeiro estudo sobre PGI em caninos e felinos de comunidades quilombolas do Nordeste do Brasil, onde a vulnerabilidade socioeconômica, sanitária e ambiental contribui para o risco de parasitismo em animais e humanos. No contexto da abordagem One Health, foi formulada uma proposta para a prevenção e controle dessas parasitoses em caninos e felinos dessas comunidades, com ações multiprofissionais, transdisciplinares e intersetoriais, respeitando o conhecimento e a cultura quilombola.
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