Entre saúde e sofrimento: A realidade das internações por transtornos mentais e do comportamento no Sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46807Palavras-chave:
Assistência à Saúde Mental; Saúde Mental; Vigilância em Saúde Pública.Resumo
Os transtornos mentais e do comportamento causam não só prejuízos psicossomáticos, mas também geram prejuízos financeiros significativos nos gastos públicos com saúde, especialmente na atenção hospitalar. Diante desse cenário, o presente estudo visa identificar o perfil epidemiológico dos pacientes internados em decorrência de transtornos mentais e do comportamento, na região Sul do Brasil, entre 2018 e 2023 para assim analisar a efetividade da assistência à saúde mental no local e período analisados. Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal e descritivo, utilizando dados obtidos através da vigilância em saúde pública e registrados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS. A região Sul registrou 430.661 internações, com menor incidência em 2020 e picos variáveis no período pós-pandêmico. O Paraná, apesar de não ter a maior incidência, teve a maior taxa de mortalidade, tempo e custo de internação. A análise indica uma prevalência de homens adultos e uma alta ocorrência de atendimentos de urgência, sugerindo falhas na atenção primária à saúde mental.
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