Efeito do isolamento decorrente da Covid-19 sobre os casos de sífilis e AIDS no Município de Fernandópolis, Estado de São Paulo, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46883Palavras-chave:
Sífilis; AIDS; COVID-19; Isolamento.Resumo
No início de 2020, o mundo foi atingido pela COVID-19, uma doença provocada pelo SARS-CoV-2. Para conter a disseminação do vírus, o Brasil adotou medidas de isolamento social devido à alta transmissibilidade e letalidade da doença. Objetivou-se neste estudo verificar o efeito do isolamento nos anos de 2020 e 2021 sobre as taxas de incidência de sífilis e HIV/AIDS no município de Fernandópolis, SP. Foi realizado um estudo epidemiológico retrospectivo com abordagem quantitativa, utilizando dados do Painel de Indicadores Epidemiológicos do Ministério da Saúde, referentes ao Sistema de Agravo de Notificação (SINAN) para o período de 2019 a 2021. A análise comparou dados de um ano antes da pandemia com os anos durante o isolamento. Variáveis sociodemográficas e epidemiológicas foram analisadas por técnicas de estatística descritiva, considerando a frequência absoluta e relativa dos dados. Nos casos notificados de sífilis, observou-se predominância do sexo masculino, raça branca, faixa etária de 20 a 39 anos e escolaridade de ensino médio completo. Houve um aumento de casos de 2019 para 2020, mas uma diminuição significativa em 2021, ano com o maior número de mortes por COVID-19 e maior período de isolamento. Em relação à AIDS, o sexo masculino prevaleceu durante todos os anos estudados, com maior incidência em 2019 e 2021 na faixa etária de 35 a 49 anos e em 2020 entre 20 e 34 anos. A raça branca predominou em 2019 e 2020, mas não houve registros suficientes em 2021. A escolaridade mostrou igualdade entre as séries, com maior número de casos em 2020 para o ensino médio completo. O número de casos aumentou de 2019 para 2020, mas caiu cerca de 50% em 2021.
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