Clusters de alto risco dos casos por Hanseníase na região Nordeste do Brasil: Modelagem espaço-temporal retrospectiva e prospectiva
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i10.47145Palavras-chave:
Hanseníase; Nordeste do Brasil; Análise espacial; Séries temporais.Resumo
Hanseníase, ou doença de Hansen, é uma doença granulosa crônica provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, que acomete principalmente o sistema nervoso periférico, a pele e o sistema reticuloendotelial. Acometendo pessoas que vivem em comunidades pobres em países tropicais subdesenvolvidos e em desenvolvimento, sendo considerada uma doença tropical negligenciada. Sendo que Brasil foi responsável pelo segundo maior número de casos, ficando atrás apenas da Índia, e através da compreensão dos padrões epidemiológicos e espaciais da hanseníase e sua relação com fatores socioeconômicos é um dos requisitos para o controle efetivo desta doença. Por este motivo este trabalho tem como objetivo avaliar os padrões espaciais e espaço-temporais dos casos de hanseníase na região Nordeste do Brasil, entre os anos de 2001 a 2020. Através um estudo ecológico, baseado em técnicas de análise espacial utilizando dados secundários de casos de Hanseníase notificados no estado do Nordeste. Sendo que em dezenove anos de 2001 a 2020, a região Nordeste do país registrou 29.817 novos casos da doença. Embora a tendência de novos casos de hanseníase tenha apresentado decrescente, muitos municípios ainda são classificados como hiperendêmicos. Diante desses resultados recomendamos que nas áreas consideradas hiperendêmicas sejam implementadas educação em saúde, com o objetivo de conscientizar a população da importância do tratamento nas fazes iniciais da doença, melhorando assim o diagnóstico e o tratamento precoce da doença, podendo assim atingir o controle da doença.
Referências
Anselin, L, (1995). Local Indicators of Spatial Association—LISA. Geographical Analysis. 27, 93–115.
Antunes, D E, Araujo, S, Ferreira, G P, Cunha, A C S R, Costa, A V, Gonçalves, et al., (2013). Identification of clinical, epidemiological and laboratory risk factors for leprosy reactions during and after multidrug therapy. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 108, p. 901-908. https://doi.org/10.1590/0074-0276130222.
Antunes, J L F, & Cardoso, M R A, (2015). Using time series analysis in epidemiological studies. Epidemiol Serv Saúde, 24(3), 565–576. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300024.
Albuquerque, A R, Silva, J V M, Barreto, E O, Fraga, C A C, Santos, W O, Silva, M S M, et al., (2020). Epidemiological, temporal and spatial dynamics of leprosy in a municipality in northeastern Brazil (2008-2017): an ecological study. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 53. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0246-2020.
Brasil, Ministério da Saúde, (2007). Sistemas de Informações Geográficas e Análise Espacial na Saúde Pública. 2a ed. Brasilía: Fundação Oswaldo Cruz.
Brasil, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, (2016). Diretrizes para Vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: técnico-operacional manual. Brasília.
Barbosa, C C, Bonfim, C V, Brito, C M G, Ferreira A T, Gregório V R N, Oliveira, A L, et al., (2018). Spatial analysis of reported new cases and local risk of leprosy in hyper‐endemic situation in Northeastern Brazil. Tropical Medicine & International Health, 23(7), 748-757. https://doi.org/10.1111/tmi.13067.
Barbosa, C C, Bonfim, C V, Brito, C M G, Souza, W V S, Melo, M F O, & Medeiros, Z M, (2020). Spatial analysis of epidemiological and quality indicators of health services for leprosy in hyperendemic areas in Northeastern Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 62. https://doi.org/10.1590/S1678-9946202062093.
Chen, Y, (2013). New Approaches for Calculating Moran’s Index of Spatial Autocorrelation. PLoS ONE. 8, e68336. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0068336.
Duczmal, L, Kulldorff, M, & Huang, (2006). Evaluation of Spatial Scan Statistics for Irregularly Shaped Clusters. Journal of Computational and Graphical Statistics. 15, 428–442. https://doi.org/10.1198/106186006X112396.
Damasceno, D M, Paz, W S, Souza, C D F, Santo, A D, & Bezerra-Santos, M, (2021). High‐risk transmission clusters of leprosy in an endemic area in the Northeastern Brazil: A retrospective spatiotemporal modelling (2001–2019). Tropical Medicine & International Health. https://doi.org/10.1111/tmi.13657.
Fontes, A N B, Lima, L N G C, Mota, R M S, Almeida, R L F, Pontes, M A, Gonçalves, H S, Frota, C C, et al., (2017). Genotyping of Mycobacterium leprae for better understanding of leprosy transmission in Fortaleza, Northeastern Brazil. PLoS neglected tropical diseases, 11(12), e0006117. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006117.
Gupta, S K, (2015). Histoid leprosy: review of the literature. International journal of dermatology, 54(11), 1283-1288. https://doi.org/10.1111/ijd.12799.
Hotez, P J, Bottazzi, M E, Fraco-Paredes, C, Ault, S K, & Periago, M R, (2008). The neglected tropical diseases of Latin America and the Caribbean: a review of disease burden and distribution and a roadmap for control and elimination. PLoS neglected tropical diseases, 2(9), e300. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0000300.
Han, X Y, & Silva, F J, (2014). On the age of leprosy. PLoS neglected tropical diseases, 8(2), e2544. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0002544.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil, (2020). Portal cidade e estados. http://www.ibge.gov.br/home.
Kulldorff, M, (1997). Theory and Methods A spatial scan statistic. Communications in Statistics. 26, 1481–1496.
Kulldorff, M, (2001). Prospective time periodic geographical disease surveillance using a scan statistic. Journal of the Royal Statistical Society: Series A (Statistics in Society). 164, 61–72. https://doi.org/10.1111/1467-985X.00186.
Matos, A M F, Coelho, A C O, Araújo, L P T, Alves, M J M, Baquero, O S, Duthie, M S, & Teixeira, H C, (2018). Assessing epidemiology of leprosy and socio-economic distribution of cases. Epidemiology & Infection, 146(14), 1750-1755. https://doi.org/10.1017/S0950268818001814.
Miguel, C B, Mota, P B, Afonso, B O, Agostinho, F, Cazzanigam R A, Abreu, C M, et al., (2021). Leprosy morbidity and mortality in Brazil: 2008–2018. The Brazilian Journal of Infectious Diseases, 25(6), 101638. https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.101638.
Nicchio, M V C, Araujo, S, Martins, L C, Pinheiro, A V, Pereira, D C, Borges, A, et al., (2016). Spatial and temporal epidemiology of Mycobacterium leprae infection among leprosy patients and household contacts of an endemic region in Southeast Brazil. Acta tropica, 163, 38-45. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2016.07.019.
Paz, W S; Ramos, R E S; Bezerra L P; Matos, D F; Tavares, D S; Souza, C D F; Bezerra-Santos, M; & Ximenes, R A A, (2023). Temporal trend, high‐risk spatial and spatiotemporal clustering of leprosy indicators in Brazil: A 20‐year ecological and population‐based study. Tropical Medicine & International Health, v. 28, n. 7, p. 517-529.
Pescarini, J M, Nery, J S, et al (2021). Epidemiological characteristics and temporal trends of new leprosy cases in Brazil: 2006 to 2017. Cadernos de saude publica, v. 37. https://doi.org/10.1590/0102-311X00130020.
Reibel, F, Cambau, E, & Aubry, A, (2015). Update on the epidemiology, diagnosis, and treatment of leprosy. Medecine et maladies infectieuses, 45(9), 383-393. https://doi.org/10.1590/abd1806-4841.20197554
Ramos, A C V, Alonso, J B, Berra, T Z, Alves, L S, Júnior, J F M, Santos, F L, et al., (2021). Social inequalities and their association with the leprosy burden in a Brazilian city of low endemicity: An ecological study. Acta Tropica, 218, 105884. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2021.105884.
Scollard, D M, Adams, LB, Gillis, T P, Krahenbuhl, J L, Truman, R W, et al., (2006). The continuing challenges of leprosy. Clinical microbiology reviews, 19(2), 338-381. https://doi.org/10.1128/CMR.19.2.338-381.2006.
Schreuder, P A M, Noto, S, & Richardus, J H, (2016). Epidemiologic trends of leprosy for the 21st century. Clinics in dermatology, 34(1), 24-31. https://doi.org/10.1016/j.clindermatol.2015.11.001
Souza, E. A, Ferreira, A F, Heukelbach, J, Boigny, R N, Alencar, C H, Alberto, N R, et al., (2018). Epidemiology and spatiotemporal patterns of leprosy detection in the state of Bahia, Brazilian Northeast region, 2001–2014. Tropical medicine and infectious disease, 3(3), 79. https://doi.org/10.3390/tropicalmed3030079.
Souza, C D F, Luna, C F, & Magalhães, M A F M, (2019). Spatial modeling of leprosy in the state of Bahia and its social determinants: a study of health inequities. Anais brasileiros de dermatologia, 94, 182-191.
Souza, C D F, Santos, F G B, Leal, T C, & Paiva, J P S, (2019). Trend of leprosy detection rate in Brazil, 1990 to 2016. Anais Brasileiros de Dermatologia, 94(5), 603-607. https://doi.org/10.1016/j.abd.2018.10.003.
Sarode, G, Sarode, S, Anand, R, Jafer, M, Baeshen, H, et al., (2020). Epidemiological aspects of leprosy. Disease-a-Month, 66(7), 100899. https://doi.org/10.1016/j.disamonth.2019.100899.
World Health Organization (WHO), (2019). Global leprosy update, 2018: moving towards a leprosy-free world. Wkly Epidemiol Rec, 94(35/36), 389-411. https://www.who.int/publications/i/item/who-wer9435-36.
World Health Organization (WHO), (2020). Epidemiological review of leprosy in the Western Pacific Region: 1983-2018. http://iris.wpro.who.int/handle/10665.1/14710.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Geise Silva Clemente; Delma Holanda de Almeida

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.