Extrato de pituitária equina obtido durante o verão melhora a dinâmica folicular de éguas durante o período de transição de outono
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4730Palavras-chave:
Estacionalidade reprodutiva equina; Gonadotrofinas; Período de transição anovulatório; Hormonioterapia.Resumo
Para comparar a dinâmica folicular após o tratamento com baixas doses de extrato pituitário eqüino obtido durante o inverno e verão e estudar a relação entre dinâmica folicular e parâmetros ambientais, foram avaliadas 21 éguas acompanhando-se a dinâmica folicular e ovulação, do final da transição de primavera até o início da transição outonal. As éguas foram designadas para um dos tratamentos: Extrato Pituitário Eqüino verão (EPE-S), Extrato Pituitário Eqüino inverno (EPE-W), salina (Controle). Os tratamentos foram repetidos em Março/2017, após o equinócio outonal e Abril/2017. Temperatura, umidade, radiação solar e horas/luz/dia foram registradas e o Índice de Umidade e Temperatura (THI) foi calculado. Os folículos pré-ovulatórios atingiram o maior diâmetro (40,7 mm) em dezembro (p<0,05), após o aumento de luz/horas/dia. Os menores folículos pré-ovulatórios foram verificados em fevereiro (34,6mm) e março (35,0mm) (p>0,05). Após a EPE, os dias para ovulação diferiram, assim como o diâmetro dos folículos pré-ovulatórios (p<0,05). Éguas EPE-W apresentaram dinâmica folicular semelhante às Controle, ovulando folículos menores (p<0,05) e mais tarde (p<0,05) que éguas EPE-S. A temperatura e radiação solar não diferiram (p>0,05), mas a umidade e o THI sim (p<0,05). O THI não se correlacionou com o diâmetro dos folículos pré-ovulatórios (p=0,37), diâmetro dos folículos subordinados (p=0,80), ou número/folículos/onda ovulatória (p=0,98). Em conclusão, a duração do dia influenciou a função ovariana; baixas doses de EPE-S melhoram o crescimento folicular e taxa de ovulação na transição outonal; o diâmetro dos folículos pré-ovulatórios aumentou da primavera para o verão, mas o tempo necessário para a ovulação diminuiu.
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