Epidemiologia da Síndrome da Morte Súbita do Lactente no Brasil: Uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i11.47327Palavras-chave:
Síndrome da Morte Súbita do Lactente; SMSL; Brasil; Epidemiologia; Morte no berço.Resumo
Introdução: A síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL) é definida como morte súbita, inesperada e inexplicada de um bebê aparentemente saudável com menos de um ano de idade. É a principal causa de mortalidade pós-neonatal no primeiro ano nos países desenvolvidos, no entanto, no Brasil, a síndrome é subdiagnosticada e pouco documentada. Objetivo: Identificar na literatura as características socioepidemiológicas, comportamentais e ambientais da SMSL no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa com coleta por meio das bases de dados PubMed, SciELO e LILACS. Resultados: Foram identificados 53 artigos, dos quais 15 compuseram esta revisão. Dez estudos analisaram o número de prováveis casos de SMSL, seis foram realizados no Rio Grande do Sul, dois em Ribeirão-Preto (SP), um em Belo Horizonte (MG) e um no Distrito Federal. Também se encontraram cinco pesquisas que abordaram a prevalência de fatores de risco associados a SMSL e o conhecimento das mães acerca de hábitos seguros de sono. Não foram encontrados estudos que investigaram dados sócio epidemiológicos referentes à síndrome nas regiões norte e nordeste. Conclusão: Os estudos brasileiros relataram a presença de fatores de risco semelhantes ao descrito na literatura mundial, como posição prona, coleito, sexo masculino e tabagismo materno. É necessário realizar mais campanhas para conscientização das comunidade em geral e médica da importância das medidas de prevenção na redução dos óbitos. Em paralelo, implantar protocolos de investigação para redução do subdiagnóstico desta síndrome.
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