O cuidado de enfermagem pós-anestésico e a contribuição filosófica existencial de Heidegger de ser-com-outros
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i11.47410Palavras-chave:
Martin Heidegger; Cuidado pós-anestésico; Enfermagem; Fenomenologia; Cuidado existencial; Humanização.Resumo
Introdução: A experiência de cuidado pós-anestésico, num contexto clínico complexo e altamente diferenciado, ilustra-se por uma prática clínica num ambiente incerto e inconstante, que se conjuga ser um período de grande vulnerabilidade para a pessoa cuidada. Contemplar o cuidado que transcende a operacionalização técnica, exige uma nova perspetiva ontológica através da própria existência. Objetivo: Refletir acerca da experiência vivida pelo enfermeiro sobre o cuidado de enfermagem pós-anestésica, à luz da essência do cuidado de Martin Heidegger. Métodos: Trata-se de uma análise teórico-reflexiva do cuidado de enfermagem pós-anestésica, com foco no conceito de cuidado proposto pelo filósofo Martin Heidegger. Conclusões: Ao integrar os conceitos fenomenológicos de Heidegger no contexto do cuidado de enfermagem, perspetiva-se o cuidado como um fenómeno existencial de ser-com-outros enriquecido na compreensão da interação com o mundo e à multiplicidade das possibilidades de ser que perpassam a sua identidade técnica e tecnicista.
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