Implementação de um protocolo de oxigenoterapia: Deterioração do uso durante a rotina hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47555Palavras-chave:
Oxigenoterapia; Fisioterapia; Educação Permanente em Saúde.; Hiperóxia; Ensino em Saúde.Resumo
A oxigenoterapia é usada para corrigir hipoxemia aguda e aliviar sintomas em pacientes com doenças pulmonares. Nos ambientes de saúde impera uma cultura de administração de oxigênio para finalidades equivocadas e isso associado ao desconhecimento sobre os riscos do oxigênio em excesso, submete os pacientes a uma condição conhecida como hiperóxia. O objetivo principal do estudo foi avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre oxigenoterapia antes e após a aplicação de um treinamento. Trata-se de um estudo de caráter longitudinal prospectivo de finalidade aplicada, com abordagem quantitativa, natureza experimental e objetivo exploratório com procedimentos técnicos de pesquisa de campo. A amostra foi composta por 26 profissionais aptos a prescrever e instalar oxigenoterapia que atuam na unidade de terapia intensiva e nas unidades clínicas, que concordaram em participar da pesquisa. A intervenção incluiu treinamento dos profissionais, avaliação do conhecimento e autoconfiança sobre oxigenoterapia, introdução dos sinalizadores de saturação alvo e explicação do fluxograma. Após a intervenção, houve monitoramento por quatro semanas para avaliar a adesão e eficácia dos sinalizadores. Para a descrição dos resultados foram utilizadas frequências relativas (percentuais), com média e desvio padrão, teste não paramétrico e uma Análise de Correspondência Múltipla. Os resultados do questionário mostraram boa adesão dos profissionais ao treinamento, mas baixa adaptação ao uso. Portanto, podemos concluir que os profissionais demonstraram um bom nível de conhecimento e autoconfiança antes e após o treinamento. No entanto, a deterioração observada ao longo do tempo reforça a necessidade de protocolos locais para garantir a administração correta de oxigênio.
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