Estudos decoloniais no acesso à saúde de populações migrantes do Nordeste brasileiro: Um olhar para a abordagem integral centrada na pessoa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47568Palavras-chave:
Saúde Pública; Desigualdades de Saúde; Populações Vulneráveis; Migrantes; Descolonização; Marginalização Social.Resumo
As relações de poder e a construção da estrutura hierárquica moderna influenciam comportamentos humanos e de grupamentos sociais, em que pessoas que se identificam com um ideal de pertencimento ou de valores coletivos podem se interrelacionar de forma cooperativa, colaborativa ou impositiva, na tentativa de delinear regras de padrões de normalidade e de superioridade. Dentro dessa complexa dinâmica que justifica em sua construção histórica a designação do objeto e do simbolismo do ser inferior ou superior, extraem-se relações coloniais na determinação de grupos com responsabilidades de ensinar, padronizar e colonizar, em uma visão de bondade salvadora simultânea à ação de subjugamento e desvalorização do diferencial do outro e grupos que devem se comportar como colônias por serem bárbaros, inferiores e que necessitam ser salvos para finalmente aprenderem à evoluir em conhecimento e atitudes. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma discussão crítica à luz da literatura e de um relato de experiência sobre o impacto de relações coloniais na saúde de populações migrantes nordestinas e da invalidação de práticas em saúde sociais que buscam elevar e destacar tais populações. Nessa discussão é vista a evolução do estigma de ser e de se trabalhar com populações marginalizadas.
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