Torção uterina atípica em égua crioula: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47737Palavras-chave:
Emergência obstétrica; Equino; Laparotomia; Abordagem pelo flanco direito.Resumo
Torção uterina (TU) constitui uma emergência obstétrica que impacta predominantemente prenhezes avançadas e, embora rara, é responsável por 5 a 10% das emergências obstétricas relacionadas à égua. A condição caracteriza-se por rotação do corpo uterino em seu eixo longitudinal, podendo afetar cornos uterinos, de etiopatogenia ainda indefinida. O grau de torção pode variar de 180 a 720 graus e possui correlação positiva com prognóstico reservado. O objetivo deste artigo é relatar o caso de uma égua diagnosticada com torção uterina. Uma égua crioula de 13 anos em prenhez avançada foi atendida no Hospital de Clínicas Veterinárias – UFRGS com histórico de cinco dias de desconforto abdominal. Palpação retal, ultrassonografia e exame ginecológico revelaram a presença de torção uterina. Foi realizada uma laparotomia pelo flanco, durante a qual o reposicionamento do útero à sua posição anatômica não obteve sucesso, levando à decisão de realização de eutanásia do animal. O corpo foi submetido à necropsia no Serviço de Patologia Veterinária – UFRGS. Foi observada uma torção do corno uterino direito de 360º no sentido anti-horário atravessando o ligamento largo uterino esquerdo e envolvendo o corno contralateral, bem como uma torção de 360º do corpo uterino em seu próprio eixo no mesmo sentido. O feto encontrava-se em autólise avançada. À histologia, verificou-se necrose no endométrio, além de pronunciada hemorragia, deposição de fibrina e infiltrado inflamatório no útero. Grau severo de torção, frquência cardíaca elevada, prenhez avançada e demora no encaminhamento hospitalar foram os principais fatores responsáveis pelo pior prognóstico, levando à morte fetal e materna.
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