Acidentes por animais peçonhentos na região Nordeste do Brasil: Perfil epidemiológico dos últimos cinco anos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i1.47896Palavras-chave:
Acidentes por animais peçonhentos; Animais peçonhentos; Epidemiologia; Saúde Pública.Resumo
O estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico dos acidentes causados por animais peçonhentos na região Nordeste do Brasil entre 2018 e 2022. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessados via DATASUS. Foram analisadas variáveis sociodemográficas e clínicas, como faixa etária, sexo, tipo de animal envolvido, tempo de atendimento e evolução dos casos. Os resultados evidenciaram 475.409 notificações no período, com destaque para os estados da Bahia (27,25%) e Pernambuco (22,28%), enquanto Sergipe apresentou o menor número de registros (2,67%). A maior incidência foi observada em adultos de 20 a 59 anos e em áreas rurais, associada às atividades agrícolas. Escorpiões foram responsáveis pela maioria dos casos (62,63%), seguidos por serpentes e abelhas, variando entre estados. A maior parte das vítimas recebeu atendimento em até 3 horas, com destaque para Alagoas, que apresentou os melhores indicadores. Houve sazonalidade nos registros, com picos nos meses mais quentes e chuvosos. A maioria dos casos foi classificada como leve (83,19%) e a evolução predominante foi para cura (87,36%). Conclui-se que os acidentes com animais peçonhentos na região Nordeste são influenciados por fatores climáticos, socioeconômicos e ambientais. A implementação de políticas públicas voltadas à prevenção, educação em saúde e melhoria do acesso ao atendimento médico é essencial para reduzir a morbidade e mortalidade associadas a esses acidentes.
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