Seletividade alimentar em crianças com Transtorno do Espectro Autista
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i4.48108Palavras-chave:
Seletividade alimentar; Alimentação saudável; Nutricionistas; Família.Resumo
Uma alimentação saudável e adequada é importante desde a infância, pois através dela tem-se a prevenção de várias doenças não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, a obesidade, e as deficiências de minerais e vitaminas. As crianças com Transtorno do Espectro Autista podem apresentar interesses restritos inclusive nos hábitos alimentares. Isso resulta em um consumo limitado dos grupos alimentares, desenvolvendo uma recusa ou uma seletividade alimentar, onde os mesmos baseiam sua alimentação na questão visual, no cheiro e na textura, e não somente ao sabor, tendo preferências por determinados alimentos, negando-se a experimentarem ou conhecerem outros alimentos, sendo necessário um tratamento e a utilização de estratégias para aumentar esse consumo de forma prazerosa e sem pressão, respeitando o tempo e a decisão da criança. O objetivo do artigo é apresentar um estudo sobre a seletividade alimentar em crianças com Transtorno do Espectro Autista, por meio de uma revisão narrativa. A análise da seletividade alimentar em crianças com Transtorno do Espectro Autista revela a complexidade das interações entre as preferências alimentares, o desenvolvimento infantil e a saúde. Sendo assim, nota-se a importância de abordagens lúdicas e educativas para incentivar a exploração de diferentes alimentos, promovendo não apenas a aceitação de uma dieta mais variada, mas também o desenvolvimento de habilidades sensoriais e sociais através da implementação de estratégias que respeitem o ritmo e as necessidades das crianças para evitar frustrações e batalhas durante as refeições.
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