Religião e Religiosidade nas Políticas Públicas de Saúde Mental: Os desafios para integralidade do cuidado
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i2.48304Palavras-chave:
Religião; Saúde Mental; Política de Saúde.Resumo
No Brasil, a dimensão religiosa sempre foi uma característica marcante da sua população. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, 76% dos brasileiros afirmaram seguir alguma religião, superando a média global de 67%. O conceito de saúde, ampliado pela OMS na década de 1940, passou a incluir o bem-estar físico, mental e social. Este estudo visa analisar como as práticas religiosas influenciam os cuidados em saúde mental dentro do contexto do SUS. Foi realizada uma revisão bibliográfica em bases como Scielo, LILACS e BVS, utilizando os descritores "Saúde Mental", "Religião e Medicina" e "Integralidade em Saúde". Foram incluídos artigos dos últimos dez anos e excluídos aqueles com metodologias com baixo rigor científico. O estudo identificou uma grande diversidade nas práticas religiosas no tratamento de desequilíbrios mentais no Brasil, como oração, aconselhamento espiritual e rituais religiosos. No entanto, alguns grupos religiosos resistem à integração das abordagens convencionais de saúde mental, priorizando métodos espirituais. A falta de comunicação eficaz entre profissionais de saúde e líderes religiosos contribui para barreiras na colaboração. Para melhorar a assistência à saúde mental no SUS, é necessário capacitar profissionais de saúde mental, sensibilizar a comunidade por meio da educação pública e criar espaços de diálogo inter-religioso e interdisciplinar. Diretrizes éticas claras também são essenciais para integrar práticas religiosas de forma respeitosa e eficaz nos cuidados de saúde mental, equilibrando a diversidade cultural e religiosa do Brasil.
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