Benefícios do uso de canabidiol no tratamento dos sintomas motores e não motores da doença de Parkinson: Uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i2.48325Palavras-chave:
Parkinson; Canabidiol; Neurodegeneração.Resumo
A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa crônica, comum em pessoas com mais de 65 anos, caracterizada pela perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra, o que resulta em diminuição da dopamina no cérebro. Os tratamentos convencionais, como a administração de dopamina, têm eficácia limitada ao longo do tempo, o que pode causar discinesia tardia. Buscando novas opções terapêuticas, os canabinóides, como o canabidiol (CBD), têm sido investigados devido ao seu potencial de modulação de várias vias biológicas, incluindo a redução de sintomas motores e não motores, além de combater inflamação e estresse oxidativo. Este estudo objetivou realizar uma Revisão Sistemática da Literatura, que de avaliasse os efeitos do CBD nos sintomas motores e não motores da DP, seguindo o protocolo PRISMA. Foram pesquisados artigos em inglês, português e espanhol nas bases de dados PubMed e Lilacs até 2023. Os estudos revelaram resultados variados: alguns indicaram benefícios no controle da dor e na qualidade de vida, mas também apontaram efeitos adversos como sonolência e tontura. A eficácia do CBD na melhora dos sintomas motores foi inconsistente, e a combinação com THC teve impacto negativo na cognição de alguns pacientes. Os estudos sugerem que o CBD pode ser útil no tratamento dos sintomas não motores da DP, mas mais pesquisas rigorosas e com amostras maiores são necessárias para confirmar seu impacto a longo prazo e determinar quais pacientes se beneficiariam mais dessa terapia.
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