Memória de homens sobre a convivência com o consumo habitual do álcool
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4888Palavras-chave:
Alcoolismo; Homens; Narrativa pessoal; Pesquisa qualitativa; Relações interpessoais; Enfermagem psiquiátrica.Resumo
Introdução: No contexto brasileiro, observa-se consumo significativo e progressivo de álcool e outras drogas em todas as classes sociais, esta prática é considerada um dos principais fatores que afetam a saúde da população. Assim, o objetivo deste estudo é compreender o sentido da memória de homens sobre a convivência com o consumo habitual do álcool. Método: estudo qualitativo, exploratório, fundamentado na História Oral Temática. Colaboraram com o estudo seis homens alcoolistas residentes no interior da Bahia, quatro usuários de um Cento de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas e dois residentes em uma comunidade periférica, atendidos por uma equipe da Estratégia Saúde da Família. As lembranças foram evocadas utilizando-se a técnica de entrevista semiestruturada no período entre abril e junho de 2019. O conteúdo dos relatos orais foi analisado por meio da técnica de análise de conteúdo. Resultados: Os colaboradores referiram-se ao consumo habitual do álcool como um processo consolidado ao longo da vida, iniciado, precocemente, na infância e na adolescência, até gerar dependência. Na vida adulta, impactos negativos foram perceptíveis na dinâmica familiar, no mundo do trabalho, nas finanças, no comportamento, na percepção do outro e na autopercepção. A trajetória de vida com o álcool resultou numa velhice destituída de projetos e sem vínculos familiares. Conclusões: Tomando-se como ponto de partida os relatos orais de homens alcoolistas participantes deste estudo, os sentidos atribuídos ao alcoolismo estiveram associados às relações interpessoais perpassando por uma trajetória de inclusão familiar e social, a exclusão e de sensações ambíguas do contentamento, ao sofrimento.
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