O autocuidado e seus desdobramentos na produção de saúde na atenção psicossocial
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4942Palavras-chave:
Cuidado; Autocuidado; Saúde Mental; Participação Social; AutonomiaResumo
Objetivo: compreender as estratégias de autocuidado utilizadas por usuários de um Centro de Atenção Psicossocial- Modalidade II. Enquanto relevância social tem o intuito de possibilitar reflexões críticas no âmbito acadêmico-profissional acerca da participação de pessoas com transtornos psíquicos como coautoras do próprio processo saúde-doença-cuidado, buscando contribuir com a ruptura do modelo biomédico e psiquiátrico tradicional. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, caráter exploratório-descritivo. Participaram da pesquisa usuários do CAPS II, sendo os dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas no período de julho a agosto de 2018 e analisados conforme o método da Análise do Discurso. Resultados: discorrem de categorias surgidas das narrativas de oito usuários, cinco do sexo feminino e três do sexo masculino. Aflorou-se um arsenal de estratégias de autocuidado utilizadas pelos usuários do serviço, consonantes com os princípios da autonomia, protagonismo, intersubjetividade, corresponsabilização e cogestão na produção de saúde, os quais denotam a constituição de novos modos de subjetivação. Conclusão: Embora se observe a necessidade de transformações de práticas ainda baseadas no modelo medicocentrado, os resultados demonstraram que o CAPS vem funcionando de modo estratégico, favorecendo a criação de laços sociais e dando base para a construção de práticas de autocuidado.
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