Investigação parasitológica e molecular de Toxoplasma gondii em urina e saliva de felinos (Felis catus) infectados experimentalmente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.5143

Palavras-chave:

gatos; imunofluorescência; protozoário; toxoplasmose

Resumo

O objetivo do estudo foi investigar a presença de Toxoplasma gondii em amostras de urina e saliva colhidas de felinos experimentalmente infectados, fato inédito na literatura consultada. Seis felinos machos, sorologicamente negativos (IgG) para T. gondii, foram distribuídos em dois grupos, sendo quatro inoculados com 2x 105 taquizoítos (Cepa RH) via subcutânea (GI), e dois mantidos como controle (GII). Anteriormente à inoculação (dias -7 e 0) e no 7º, 14º, 21º, 28º, 42º, 56º e 70º dia pós-inoculação (DPI), os felinos foram anestesiados com tiletamina + zolazepam (na dose de 15 mg/kg,via intramuscular), sendo colhidas amostras de urina, saliva e sangue. Nas amostras sanguíneas obtidas após a inoculação, pesquisou-se a presença de anticorpos anti-T. gondii (IgG) pela reação de imunofluorêscencia indireta (RIFI). A parasitemia pelo T. gondii foi avaliada por meio de inoculações intraperitoneais em camundongos albinos (bioensaio). A pesquisa do T. gondii nas amostras de urina e saliva foram realizadas pelas técnicas de nested PCR e bioensaio em camundongos. Todos os felinos inoculados com T. gondii (GI) soroconverteram à infecção toxoplásmica, diferentemente dos felinos do não inoculados (GII), que permaneceram negativos durante todo estudo. Diagnosticou-se parasitemia pelo T. gondii em todos felinos do grupo I, totalizando cinco eventos entre o 7° e 42º DPI. Em nenhuma amostra de urina e saliva dos felinos GI e GII, diagnosticou-se a presença de T. gondii. Observou-se que felinos infectados experimentalmente com taquizoítos da cepa RH (isolado I) de T. gondii, podem não eliminar formas infectantes do parasito pela urina e saliva.

Biografia do Autor

Weslen Fabricio Pires Teixeira, Universidade Federal de Goiás

Graduado em Medicina Veterinária pela Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina, SP (2008); Mestre em Ciência Animal pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus Araçatuba, SP (2010); Doutor em Medicina Veterinária Preventiva pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus Jaboticabal, SP (2014). Pós-doutor pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus de Araçatuba, SP (2017). Atualmente é professor Visitante na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, localizado em Goiânia, onde é professor colaborador em diferentes disciplinas na graduação (Enfermidades infecciosas, Doenças Parasitárias, Saúde Pública e Epidemiologia). Ainda na referida universidade, orienta e co-orienta dissertações e teses nas áreas de enfermidade infecciosas e parasitárias. Possui experiência nas seguintes áreas: Padronização de técnicas imunológicas de diagnóstico; Tratamento e controle de enfermidades parasitárias dos animais domésticos; Pesquisa e desenvolvimento de antiparasitários de uso veterinário; Diagnóstico de enfermidades parasitárias dos animais domésticos.

Referências

Abreu, C. D.; Navarro, I. T.; Balarin, M. R. S.; Bracarense, A. P. F. R. L.; Marana, E. R. M.; Trapp, S. M., Fuginaka, C. A.; Prudêncio, L. B.; Matos, M. R. & Tsurtsui, V. (2001). Aspectos clínicos, patológicos e sorológicos da toxoplasmose experimental em cães jovens. Semina: Ciências Agrárias, 22(2), 123-130.

Bresciani, K. D. S., Toniollo, G. H., Costa, A. J. D., Sabatini, G. A., & Moraes, F. R. D. (2001). Clinical, parasitological and obstetric observations in pregnant bitches with experimental toxoplasmosis. Ciência Rural, 31(6), 1039-1043.

Camargo, M. E. (1964). Improved technique of indirect immunofluorescence for serological diagnosis of toxoplasmosis. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 6(3), 117-18.

Costa, A. J.; Araujo, F. G.; Costa, J. O.; Lima, J. D.; & Nascimento, E. (1977). Experimental infection of bovines with oocysts of Toxoplasma gondii. The Journal of parasitology, 212-218.

Costa, A.J. (1979) Toxoplasmose congênita natural em bovinos e infecção experimental de vacas gestantes com oocistos de Toxoplasma gondii Nicolle & Manceaux, 1909. (Tese de Doutorado) São Paulo, Universidade de São Paulo, 1979. 88p.

Dubey, J. P. (2017). Schizogony and gametogony of oocyst-deficient T-263 strain of Toxoplasma gondii. Veterinary parasitology, 245, 160-162.

Dubey, J. P., Navarro, I. T., Sreekumar, C., Dahl, E., Freire, R. L., Kawabata, H. H., ... & Lehmann, T. (2004). Toxoplasma gondii infections in cats from Paraná, Brazil: seroprevalence, tissue distribution, and biologic and genetic characterization of isolates. Journal of Parasitology, 90(4), 721-726.

Dubey, J.P. (1986) Toxoplasmosis. Journal of the American Veterinary Medical Association. 189;166-170.

Dubey, J.P. (2010) Toxoplasmosis of Animals and Humans. 2nd edition. Boca Raton, Florida: CRC Press. p.313.

Dubey, J. P. (2017). Schizogony and gametogony of oocyst-deficient T-263 strain of Toxoplasma gondii. Veterinary parasitology, 245, 160-162.

Gunkel, C. & Lafortune, M. (2007). Felids. In: West, G. et al. Zoo animal and wildlife immobilization and Anesthesia. 1 ed. Ames: Blackwell Publishing. pp. 443-457.

Lopes, W. D. Z.; Costa, A. J.; Souza, F. A.; Rodrigues, J. D. F.; Costa, G. H. N.; Soares, V. E. & Silva, G. S. (2009). Semen variables of sheep (Ovis aries) experimentally infected with Toxoplasma gondii. Animal reproduction science, 111(2-4), 312-319.

Nascimento, E. F & Santos, R. L. (2003) Patologia da Reprodução dos Animais Domésticos. 2 ed. Belo Horizonte: Guanabara Koogan. 133p.

Rocha, R. J., Tafuri, W. L., & Chiari, C. A. (1993). Eliminação de Toxoplasma gondii pela urina de camundongos durante a fase aguda da infecção experimental. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 35(4), 307-313.

Santana, L. F.; Costa, A. J. D.; Pieroni, J.; Lopes, W. D. Z.; Santos, R. S.; Oliveira, G. P. D., Mendonça, R.P. & Sakamoto, C. A. M. (2010). Detection of Toxoplasma gondii in the reproductive system of male goats. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 19(3), 179-182.

Sharma, S. D. (1990). Immunology of toxoplasmosis. Modern parasite biology: cellular, immunological, and molecular aspects., 184-199.

Silva, R. C.; Su, C. & Langoni, H. (2009). First identification of Sarcocystis tenella (Railliet, 1886) Moule, 1886 (Protozoa: Apicomplexa) by PCR in naturally infected sheep from Brazil. Veterinary parasitology, 165(3-4), 332-336.

Vitor, R. W. D. A.; Pinto, J. B.; & Chiari, C. D. A. (1991). Eliminaçäo de Toxoplasma gondii através de urina, saliva e leite de caprinos experimentalmente infectados. Arquivo. Brasileiro de medicina veterinária e zootecnia. 43(2), 147-543.

Wilking, H., Thamm, M., Stark, K., Aebischer, T., & Seeber, F. (2016). Prevalence, incidence estimations, and risk factors of Toxoplasma gondii infection in Germany: a representative, cross-sectional, serological study. Scientific reports, 6, 22551.

Downloads

Publicado

16/06/2020

Como Citar

TEIXEIRA, W. F. P.; TOZATO, M. E. G.; VITAL, G. P.; LOPES, W. D. Z.; JOAQUIM, S. F.; VASCONCELLOS, A. L. de; FÁVERO, F. C.; PASCOAL, L. M.; FELIPPELLI, G.; LANGONI, H.; BRESCIANI, K. D. S.; COSTA, A. J. da. Investigação parasitológica e molecular de Toxoplasma gondii em urina e saliva de felinos (Felis catus) infectados experimentalmente. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e923975143, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.5143. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5143. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

v. 9 n. 7

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.