A abordagem da Educação Ambiental em um Projeto Pedagógico de um Curso de Ciências da Natureza
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5200Palavras-chave:
Temática ambiental; Currículo; Formação de professores.Resumo
A consolidação da Educação Ambiental (EA) nos processos formais de ensino pressupõe sua inserção em todos os níveis educacionais, inclusive na educação superior. Nesse cenário e visando compreender a EA no processo de formação de professores, objetiva-se analisar o Projeto Pedagógico do Curso de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Pampa, buscando verificar a forma de abordagem dos termos “Ambiental”, “Sustentabilidade”, “Temas Transversais” e “Interdisciplinaridade”. Com base na análise documental foram discutidos aspectos quali-quantitativos das citações ambientais que compõem o PPC, sendo este o principal instrumento do desenvolvimento curricular. Após coleta de dados verificou-se as questões qualitativas, ou seja, qual enfoque da inserção destes termos ao longo do documento e nos componentes curriculares, através da análise de conteúdo por categorização. Como resultado, pode-se inferir que há grandes diferenças na quantidade e qualidade das citações sobre a temática ambiental de forma geral, não sendo detectada uma determinada corrente epistemológica para a EA. A análise revela que o PPC foi elaborado há sete anos, o que demonstra uma necessidade de ajustes, tendo em vista que neste período houve mudanças e atualizações nos documentos educacionais norteadores. Por fim, o presente estudo aponta como pertinente para nova proposta de curso, que seja estabelecido uma relação dialética entre currículo e prática pedagógica, legitimando os objetivos previstos para a formação dos egressos para com a questão da EA. E desta forma, contribuindo no processo de fortalecimento da universidade e da região onde está inserida, atendendo à legislação vigente.
Referências
Bernardes, M. B. J., & Prieto, E. C. (2010). Educação Ambiental: Disciplina versus tema transversal. Revista Eletrônica do Mestrado Educação Ambiental. Rio Grande, 24.173-85.
Brasil (1999). Lei 9.795 de 27/04/99 dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.
Câmara dos Deputados (2014). Plano Nacional da Educação. Lei nº 13.005, Brasília: Edições Câmara, 86 p.
Camargo, S. (2007). Discursos presentes no processo de reestruturação curricular do Curso de Licenciatura em Física: o legal, o real e o possível. (Tese de Doutorado) – Programa Educação para a Ciência da Universidade Estadual de São Paulo, São Paulo, 288 f.
Carvalho, I. C. M. (2012). Educação Ambiental e a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez.
Conselho Federal de Educação (2012). Resolução nº 2, 15 de jun. de 2012, Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Ambiental, Brasília, DF.
Cuba, M, (2010). Educação ambiental nas escolas. Educação, Cultura e Comunicação, São Paulo, 1(2), 23-31.
Demo, P. (2010). Educação e Alfabetização Científica. 1. ed. Campinas: Papirus, 160 p.
Jesus, D. L. N., & Silva, R. A. B. (2016). A inclusão da Educação Ambiental nos conteúdos curriculares do ensino superior sul-mato-grossense: cenários e perspectivas. Revbea, São Paulo, 11(2), 164-177.
Dinardi, A. J., & Araujo, S. (2017). Inserção da temática ambiental nos cursos de graduação da Universidade Federal do Pampa-Uruguaiana/RS. Debates em Educação - ISSN 2175-6600. Maceió, 9, 58-78.
Donaire, D. (1995). Gestão Ambiental na Empresa. São Paulo: Atlas, Cap. 5.
Elkington, J. (1997). Cannibals with Forks: the Triple Bottom Line of 21st Century Business. Oxford: Capstone.
Farias, N. R., & Dinardi, A. J. (2018). A temática ambiental nos cursos de licenciatura da Universidade Federal do Pampa, Educação Ambiental em Ação, 64, 1-24.
Fazenda, I. C. A. (2002). Interdisciplinaridade: Um projeto em parceria. 5. ed. SP: Loyola.
Ferreira ABH de (2012). Sustentável. Dicionário Eletrônico Aurélio. Curitiba: Positivo.
Foeppel, A., & Moura, F. (2014). Educação ambiental como disciplina curricular: possibilidades formativas. Revista da Associação Brasileira de Ensino de Biologia, 7, 432-444.
Fouto, A. R. F. (2002). O papel das Universidades rumo ao desenvolvimento sustentável: das relações internacionais às práticas locais. (Dissertação de Mestrado) – Gestão e Políticas Ambientais Relações Internacionais do Ambiente da Universidade Nova Lisboa.
Frauches C (2012). Educação superior comentada- políticas, diretrizes, legislação e normas do ensino superior. Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior. Ano 2, n. 61.
Freitas, D. (2008). Educação ambiental e papel do/a professor/a: educar para além da sociedade do conhecimento. In: Pavão, AC & Freitas, D (Org.). Quanta ciência há no ensino de ciências. São Carlos: Edufscar, 239-249.
Liell, C. C., & Bayer, A. (2018). A matemática e a inter-relação com a educação ambiental: um projeto de formação de professores. Espaço Pedagógico. Passo Fundo, 25(2), 455-471.
Lück, H., Freitas, K., Girling, R., & Keith, S. (2007). A Escola Participativa: o trabalho do gestor escolar. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes.
Mallmann, E. M. (2015). Pesquisa-ação educacional: preocupação temática, análise e interpretação crítico-reflexiva. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, 45(155), 76-98.
Meller, C. B. (1997). Educação Ambiental como possibilidade para superação da fragmentação do trabalho escolar. Espaços da Escola, Ijuí, 4(26), 39-49.
Minayo, M. C. S. de (org.). (2000). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. RJ: Vozes, 80p.
Ministério da Educação (2017). Base Nacional Comum Curricular. Terceira versão.
Miotto, H. S., Gonçalves, R. C., & Dinardi, A. J. (2018). A inserção da educação ambiental nos documentos que norteiam os diferentes níveis de formação. Revista Eletrônica Mestrado Educação Ambiental. Rio Grande, Ed. Especial EDEA, 1, 295-307.
Oliveira, H. (2007). Educação ambiental - ser ou não ser uma disciplina: essa é a principal questão?! In: Vamos Cuidar do Brasil – conceitos e práticas em EA na escola. Coordenadora Soraia Mello, Raquel Trajber. MEC/MMA: UNESCO.
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Pimentel, A. (2001). O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica. Caderno de Pesquisa, São Paulo, 114: 179-195.
Santos, C. (2009). Formação de educadores ambientais na universidade: possibilidades da práxis emancipatória (Tese de Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP. 197 f.
Santos, A., & Santos, C. (2016). A inserção da Educação Ambiental no currículo escolar. REMOA, Santa Maria, 15(1): 369-380.
Secretaria de Educação Fundamental, (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF. 126 p. Disponível em https://www.gov.br/mec/br.
Silva, A. (2007). Sustentabilidade no ensino superior: a emergência de uma universidade ambientalmente responsável. In: Guerra, AFS & Taglieber, JE (Org.). Educação Ambiental: fundamentos, práticas e desafios. Universidade do Vale do Itajaí, 143-162.
Soares, M. (2010). Letramento: um tema em três gêneros. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica.
Universidade Federal do Pampa (2013). Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências da Natureza. Unipampa, Uruguaiana, 210 p.
Universidade Federal do Pampa (2013). Plano de Desenvolvimento Institucional 2014-2018. Unipampa, Bagé.
Veiga, I. P. (2001). Projeto Político Pedagógico: Novas Trilhas para a escola. In: As dimensões do projeto político pedagógico. Campinas: Papirus.
Viçosa, C. S. C., Soares, E., Pessano, E. F. C., & Folmer, V. (2018). Diagnóstico no projeto político pedagógico sobre a transversalidade e interdisciplinaridade no ensino fundamental. Ciências & Ideias, Nilópolis, RJ, 8(3): 1-19. Acesso em 20 de abril, em https://revistascientificas.ifrj.edu.br/revista/index.php/reci/article/view/646.
Vizeu, F., Meneghetti, F., & Seifert, R. (2012) Por uma crítica ao conceito de desenvolvimento sustentável. Cadernos EBAPE. BR, RJ, 10(3): 6. Acesso em 02 de maio, em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167939512012000300007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.