Relação entre dependentes químicos, valores da pressão arterial e atuação do Cirurgião-Dentista
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6203Palavras-chave:
Manifestações bucais; Anestésicos locais; Drogas de abuso.Resumo
O abuso de drogas, lícitas ou ilícitas, é um dos principais problemas sociais e de saúde pública do mundo, sendo assim o contato do cirurgião dentista com pacientes dependentes dessas substâncias é inevitável. Estudos sugerem que o uso de drogas aumenta as manifestações orais, como alterações do fluxo salivar, desgaste dental, cárie, doença periodontal, xerostomia e dor. Por isso, o profissional deve estar preparado para atender esses pacientes, e ter conhecimento sobre as limitações e possíveis interações, principalmente em tratamentos invasivos, seja em ambiente hospitalar com o paciente sedado ou no consultório com anestésicos locais. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de monitoramento da pressão arterial, saturação de oxigênio e frequência cardíaca, durante um procedimento com múltiplas exodontias em uma paciente dependente química. Apesar da paciente se manter estável, foi constatado aumento da pressão diastólica no pós-operatório, podendo estar relacionado com a vasoconstrição causada pelo uso da maconha e crack, e a ação da epinefrina do anestésico. Esse aumento se relaciona com alterações no sistema simpático e parassimpático, por isso a importância de se conhecer as substâncias empregadas no procedimento e em medicamentos receitados. Conclui-se que é preciso aprimorar o conhecimento das alterações fisiológicas, químicas e neurológicas que envolvem esses pacientes, para um tratamento odontológico seguro, e quando necessário em conjunto com uma equipe multiprofissional, saber encaminhar o paciente e identificar problemas de saúde não somente bucais.
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