O cuidado as mães enlutadas de crianças com câncer em óbito domiciliar na perspectiva de Bowlby
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6368Palavras-chave:
Enfermagem; Assistência domiciliar; Luto; Relações mãe-filho.Resumo
O trabalho tem como objetivo refletir e descrever a experiência da enfermeira oncologista pediátrica nos cuidados paliativos durante a assistência domiciliar às mães de crianças que morreram com câncer em domicílio. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência da assistência de enfermagem de um hospital público federal, localizado no município do Rio de Janeiro, durante a assistência domiciliar as mães enlutadas de crianças com câncer em cuidados paliativos. Elaborou-se um roteiro de assistência de enfermagem domiciliar para o atendimento as mães enlutadas, conforme as fases do luto descrita por Bowlby. Foram realizadas onze consultas de enfermagem no domicílio a três mães. As mães tiveram a oportunidade de cuidarem dos seus filhos nos últimos dias de vida. No processo de luto, as mães passaram pelo entorpecimento ou choque, o anseio ou busca da figura perdida, a desorganização/desespero e reorganização, apresentam-se amiúde nas consultas de enfermagem. O sofrimento da mãe exige por parte dos enfermeiros intervenção no processo de luto na perspectiva biopsicossocial e espiritual. É necessário, que os enfermeiros compreendam a situação de sofrimento, traçando estratégias de cuidado as mães enlutadas. Contudo, trabalhar com a situação de sofrimento exige dos enfermeiros empatia e vínculo de cuidado para apoiar os familiares no momento de suas perdas, pois necessitam de ser acolhidos, escutados, amparados.
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