Análise microbiológica da água de equipamentos odontológicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.6818

Palavras-chave:

Água; Consultórios odontológicos; Análise microbiológica; Contaminação.

Resumo

Nos últimos anos, a relevância dos processos de esterilização e antissepsia tem sido bastante discutida entre os profissionais da área de saúde, incluindo cirurgiões-dentistas. No entanto, na prática odontológica, a qualidade da água utilizada nos equipamentos, aparentemente inofensiva, pode ser considerada um fator de risco para a saúde do paciente. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar a presença de contaminação em equipamentos odontológicos e avaliar a qualidade da água dos reservatórios desses equipamentos, por meio de análise microbiológica. Foram coletadas 12 amostras de água diretamente dos reservatórios das cadeiras odontológicas e 12 amostras da seringa tríplice de seis clínicas multidisciplinares do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O plaqueamento foi realizado com base no método Spread Plate, em meio ágar BHI (Brain Heart Infusion) com incubação subsequente em estufa bacteriológica programada de 37,5°C a 38°C, por um período de 24 a 48 horas. Os resultados demonstraram que 83% das placas incubadas apresentaram crescimento expressivo de fungos filamentosos e bactérias que, devido ao odor de tutti-frutti e com base nas características macroscópicas, sugere-se que sejam do gênero Pseudomonas. Nesse contexto, os achados deste estudo atestam a urgência da elaboração de uma rotina de cuidados sanitários, viabilizando a descontaminação dos sistemas de água dos equipamentos bem como de seus reservatórios, atendendo aos requisitos de segurança do paciente, que deve ser inerente aos consultórios odontológicos.

Referências

Abdouchakour, F., Dupont, C., Grau, D., Aujoulat, F., Mournetas, P., Marchandin, H., Parer, S., Gibert, P., Valcarcel, J. & Jumas-Bilak, E. (2015). Pseudomonas aeruginosa and Achromobacter sp. Clonal Selection Leads to Successive Waves of Contamination of Water in Dental Care Units. Applied and Environmental Microbiology, 81(21), 7509-7524.

Anvisa. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2004). Detecção e Identificação dos Fungos de Importância médica. Módulo VII. Recuperado de <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_7_2004.pdf>.

American Dental Association. (1996). ADA statement on dental unit waterlines. The Journal of the American Dental Association, 127, 185-186.

American Public Health Association. (2001). APHA Committee on Microbiological Methods for Foods. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. (4th ed.) Washington: APHA.

Baudet, A., Lizon, J., Martrette, J. M., Camelot, F., Florentin, A., & Clément, C. (2019). Dental Unit Waterlines: A Survey of Practices in Eastern France. International Journal of Environmental Research and Public Health, 16(21), 4242.

Brasil. Ministério da Saúde. (2011). Portaria nº 2.914, de 12 de Dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Recuperado de <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>.

Chuang, C. Y., Cheng, H. C., Yang, S., Fang, W., Hung, P. C., & Chuang, S. Y. (2014). Investigation of the spreading characteristics of bacterial aerosol contamination during dental scaling treatment. Journal of Dental Sciences, 9(3), 294-296.

Ferreira, D. M. A. O., Leal, N. M. S., & Costa, C. L. S. (2014). Desinfecção do sistema de água de equipamentos odontológicos com clorexidina. ConScientiae Saúde, 13(3), 436-442.

França, A. T., & Oliveira, R. V. (2015). Análise microbiológica da água da seringa tríplice. Revista Uningá, 24(2), 11-14.

Ji, X. Y., Fei, C. N., Zhang, Y., Zhang, W., Liu, J., & Dong, J. (2016). Evaluation of bacterial contamination of dental unit waterlines and use of a newly designed measurement device to assess retraction of a dental chair unit. International Dental Journal, 66(4), 208-214.

Melo, T. R. N. B., Costa, P. S., Oliveira, V. S., Diniz, M. A. G., & Oliveira Júnior, A. G. (2020). Avaliação do controle das medidas de biossegurança adotadas por acadêmicos de Odontologia. Revista Eletrônica Acervo Científico, 8, e2112.

Monteiro, R. M., Marques, D. M., Domingues, P., Oliveira, V. C., Macedo, A. P., Razaboni, A. M., & Watanabe, E. (2018). Evaluation of a protocol for reducing the microbial contamination of dental unit water. Avaliação de um protocolo para redução da contaminação microbiana da água de equipos odontológicos. Acta Odontologica Latinoamericana: AOL, 31(3), 138-143.

Moura, M. E. B., Campelo, S. M. A., Brito, F. C. P, Batista, O. M. A., Araújo, T. M. E., & Oliveira, A. D. S. (2007). Infecção hospitalar: estudo de prevalência em um hospital público de ensino. Revista Brasileira de Enfermagem, 60(4), 416-421.

Navia, S. L. A., Torres, S. M. E., & Garcia, M. C. M. A. (2013). Calidad microbiológica del agua de unidades odontológicas de una clínica universitaria de Bogotá, D.C. NOVA - Publicación Científica en Ciencias Biomédicas, 11(20), 83-86.

Okubo, K., Ito, T., Shiota, Y., Kawata, Y., Yamamoto, T., & Takashiba, S. (2019). Effectiveness and safety of low-concentrated ozonized water for the reduction of contamination in dental unit water lines. Heliyon, 5(8), e02306.

Pankhurst, C. L.; Scully, C.; Samaranayake, L. (2017). Dental unit water lines and their disinfection and management: a review. Dental Uptadate, 44(4), 284-292.

Paz, E. S. L., Andrade, M. M. B., Oliveira, M. T. M., Silva, M. J., & Paz Junior, F. B. (2018). Prevalência de Candida em equipos das clínicas odontológicas da Faculdade de Odontologia de Pernambuco. CIENTEC – Revista de Ciência, Tecnologia e Humanidades do IFPE, 10, 65-74.

Puttaiah, R., Svoboda, K. K., Lin, S. M., Montebugnoli, L., Dolci, G., Spratt, D., & Siebert, J. (2012). Evaluation of an automated dental unit water system's contamination control protocol. The Journal of Contemporary Dental Practice, 13(1), 1-10.

Silva, A. C., & Ferreira, L. C. (2017). Contaminação microbiológica em consultórios odontológicos da cidade de Januária (MG). Brazilian Journal of Periodontology, 27(4), 29-33.

Volgenant, C. M. C., & De Soet, J. J. (2018). Cross-transmission in the dental office: does this make you ill?. Current oral health reports, 5(4), 221-228.

Xavier, F. V., Paiva, M. C. S., Ribeiro, A. L. R., & Krakhecke, A. G. (2015). Fungos potencialmente patogênicos isolados de água de equipos odontológicos. Jornal de Odontologia da FACIT, 2(1), 22-28.

Xavier, G. M. S., Silva, F. C. E., & Jácome Júnior, A. T. (2013). Avaliação de indicadores higiênico-sanitários em águas utilizadas em equipamentos odontológicos. Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Biomedicina, Universidade Católica de Pernambuco.

Downloads

Publicado

09/08/2020

Como Citar

AMANCIO, A. de M.; SILVA, B. C. D. da; VIANA, J. C. M.; AVELINO, L. de B.; SOUSA, L. C. de; LIMA, K. C.; MACÊDO-COSTA, M. R. Análise microbiológica da água de equipamentos odontológicos. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 9, p. e23996818, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.6818. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/6818. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde