Mulheres com Parkinson: pesquisa de percepção em produtos de moda com foco no Design Centrado no Humano
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7056Palavras-chave:
Parkinson; Ergonomia; Moda inclusiva; Terceira idade; Design Centrado no Usuário.Resumo
Há um crescente fenômeno em desenvolvimento na sociedade que gira em torno da expansão da terceira idade no Brasil, devendo triplicar até pelo menos o ano de 2050. Com isso, consequentemente, acarreta em uma série de demandas industriais que deve borbulhar e despontar em um ambiente que não se encontrava propício primariamente a esse público consumidor. Nessa perspectiva, deve-se adaptar e produzir artefatos, especificamente discutindo nesse trabalho, os produtos de moda, que atenda e potencialize tanto essa demandar porvir, como sejam metodicamente preparados às especificidades fisiológicas, físicas e psicológicas desses indivíduos. Inerente ao envelhecer, o processo acarreta uma série de complicações corpóreas que podem levar à intensificação de doenças, dentre elas, recorta-se, nessa pesquisa, enquanto essência, a doença de Parkinson. Dessa maneira, o objetivo desse artigo é compreender a maneira que mulheres acometidas por Parkinson enfrentam o seu dia a dia, assim como projetam e entendem seus objetivos de valores através das funções estéticas, práticas e simbólicas de produtos de moda. Para tal, a pesquisa se classifica como descritiva de abordagem quantitativa e qualitativa. Para atingir esses fins, aplicou-se uma entrevista baseada no Parkinson’s Disease Questionnaire – 39 usando uma ferramenta online com 40 mulheres acometidas por Parkinson, convidadas através de grupos do Facebook voltados ao Parkinson. Como resultado, conseguiu-se concluir que a maior dificuldade enfrentada está em retirar as peças de roupa, a seguir, valoriza-se em maior média a praticidade e as respondentes indicaram o velcro como melhor substituto para os fechos usados pela indústria.
Referências
Amaral, D. M. D. G. (2017). Parâmetros antropométricos para o design do sutiã na perspectiva da vestibilidade. Monografia de Bacharelado, Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, Pernambuco, PE, Brasil.
Baxter, M. (2011). Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 3rd. ed. São Paulo, BR: Blucher.
Camarano, A. A., & Kanso, S. (2013). Envelhecimento da População Brasileira: Uma Contribuição Demográfica. In: Freitas, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3. ed. Brasil: Rio de Janeiro, 134-137.
Dantas, I. J. M., Santos, J. R. S., Silva, V. C., & Melo, A. J. L. (2020). Homens com Parkinson: pesquisa de percepção em produtos de moda com foco no design centrado no humano. Revista Pensar Acadêmico, 18 (1), 150-171.
Ferreira, J. M., Hammerschmidt, K. S. A., Siewert, J. S., Alvarez, A. M., Locks, M. O. H., & Heidemann, I. T. S. B. (2019). Gerontotechnology for fall prevention of the elderly with Parkinson. Rev. Bras. Enferm., 72 (2), 243-250.
Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo, BR: Editora Atlas.
Gomes Filho, J. (2010). Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. 2. ed. São Paulo, BR: Escrituras Editora.
Gonçalves, G. B., Leite, M. A. A., & Pereira, J. S. (2011). Influência das distintas modalidades de reabilitação sobre asdisfunções motoras decorrentes da Doença de Parkinson. Rev. Bras. Neurol., 47 (2), 22-30.
Guedes, M. J. N., Santos, J. R. S., Soares, L. M. M. M., Pereira, E. F., Daltro, M. C. L., & Munguba, T. A. (2017). Avaliação na funcionalidade de uma idosa praticante do método Pilates. Interscientia, 5 (1), 27-46.
IBGE. (2019). Idosos indicam caminhos para uma melhor idade. Acesso em 14 de julho de 2020, disponível em: censo2020.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/24036-idosos-indicam-caminhos-para-uma-melhor-idade.html.
Iida, I. (2005). Ergonomia: Projeto de Produto e Produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher.
Lana, R. C., Álvares, L. M. R. S., Nasciutti-Prudente, C., Goulart, F. R. P., Teixeira-Salmela, L. F., & Cardoso, F. E. (2017). Percepção da Qualidade de Vida deIndivíduos com Doença de Parkinson Através do PDQ-39. Revista Brasileira de Fisioterapia, 11 (5), 397-402.
Löbach, B. (2001). Design industrial: bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo, BR: Edgard Blucher
Marteli, L. N. (2019). Pessoa idosa com doença de Parkinson e a relação da usabilidade na interação com aviamentos de fechos presentes no vestuário. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Bauru, São Paulo, SP, Brasil.
Marteli, L. N., & Paschoarelli, L. C. (2019). Pessoa idosa com doença de Parkinson e a relação da usabilidade na interação com aviamentos de fechos presentes no vestuário. Geriatr. Gerontol. Aging., 13 (1), 57-58.
Marteli, L. N., Neves, E. P. D., Medola, F. O., & Paschoarelli, L. C. (2019). Considerations on the advances in studies on clothing products development for older adults with Parkinson’s disease. MOJ Gerontol Ger., 4 (5), 151-153.
Massano, J. (2011). Doença de Parkinson. Acta Médica Portuguesa, 24 (4), 827-834.
Monteiro, D., Silva, L. P., Sá, P. O., Oliveira, A. L. R., Coriolano, M. G. W. S., & Lins, O. G. (2018). Prática mental após fisioterapia mantém mobilidade funcional de pessoas com doença de Parkinson. Fisioter. Pesqui., 25 (1), 65-73.
Muratovsky, G. (2016). Research for Designers: a guide to methods and practice. Londres, UK: Sage Publications.
Navarro-Peternella, F. M., Marcon, S. S. (2010). A convivência com a doença de Parkinson na perspectiva do parkinsoniano e seus familiares. Rev. Gaúcha Enferm., 31 (3), 415-422.
Navarro-Peternella, F. M., & Marcon, S. S. (2012). Qualidade de vida de indivíduos com Parkinson e sua relação com tempo de evolução e gravidade da doença. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 20 (2), 1-8.
Neves, E. P., Marteli L. N., & Paschoarelli L. C. (2018). Elderly and Clothing: Considerations about Handling Trimmings. Current Trends in Fashion Technology & Textile Engineering, 2 (1), 555579.
Pagnan, A. S., Simplício, G. C., Santos, V. C., & Rezende, E. J. C. (2019). Design Centrado no Usuário e seus princípios éticos norteadores no ensino do design. Estudos em Design, 27 (1), 131-137.
Parkinson, J. (1887). An Essay on the Shaking Palsy. Londres, UK: Whittingham and Rowland.
Pereira, M. D., Pereira, M. D., Silva, G. G. I., & Santana M. F. (2019). Psicofarmacologia da doença de Parkinson: uma visão multidisciplinar. Psicologia.pt, 1, 1-5.
Rodrigues, C. T., & Silva, J. A. (2010). Avaliação da Qualidade de Vida em Pacientes com Doença de Parkinson. Monografia de Graduação, Universidade de São Francisco, Bragança Paulista, São Paulo, SP, Brasil.
Santos, V. L. (2015). Perfil Epidemiológico da Doença de Parkinson no Brasil. Monografia de Bacharelado, Centro Universitário de Brasília, Brasília, Brasil.
Silva, J. A. M. G., Filho, A. V. D., & Faganello, F. R. (2011). Mensuração da Qualidade de Vida de Indivíduos com a Doença de Parkinson por meio do Questionário PDQ-39. Fisioterapia em Movimento, 24 (1), 141-146.
Silva, L. P., Duarte, M. P. S., Souza, C. C. B., Lins, C. C. S. A., Coriolano, M. G. W. S., & Lins, O. G. (2019). Efeitos da prática mental associada à fisioterapia motora sobre a marcha e o risco de quedas na doença de Parkinson: estudo piloto. Fisioter. Pesqui., 26 (2), 112-119.
Souza, A. P. C. (2019). Design contribuindo para o envelhecimento ativo: um estudo sobreo ligamento afetivo a objetos cotidianos vinculados às memórias de histórias de vida em idosos. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, PE, Brasil.
Souza, C. F. M, Almeida, H. C. P., Sousa, J. B., Costa, P. H., Silveira, Y. S. S., & Bezerra, J. C. (2011). A Doença de Parkinson e o Processo de Envelhecimento Motor: Uma Revisão de Literatura. Revista de Neurociências, 19 (4), 718-723.
Terra, M. B., Rosa P. C., Torrecilha, L. A., Costa, B. T., Ferraz, H. B., & Santos, S. M. S. (2016). Impacto da doença de Parkinson na performance do equilíbrio em diferentes demandas atencionais. Fisioter. Pesqui., 23 (4), 410-415.
Tomo, C. K., Pereira, V. S. Pompeu, S. M. A. A., & Pompeu, J. E. (2014). Efeitos do treino funcional de membro superior em condição de dupla tarefa na doença de Parkinson. Revista de Neurociências, 22 (3), 344-350.
Vasconcellos, P. R. O., Rizzotto, M. L. F., Machineski, G. G., & Costa, R. M. (2019). Condições da exposição a agrotóxicos de portadores da doença de Parkinson acompanhados no ambulatório de neurologia de um hospital universitário e a percepção da relação da exposição com o adoecimento. Saúde Debate, 43 (123), 1084-1094.
Veras, R. P., & Oliveira, M. (2018). Envelhecer no Brasil: a construção de um modelo de cuidado. Ciência & Saúde Coletiva, 23 (6), 1929-1936.
Wick, C. F., Cavalcanti, A. L. M. S., Merino, G. S. A. D., & Sobral, J. E. C. (2020). Requisitos para projetos de computação vestível para crianças autistas com base no Design Centrado no Humano. Human Factors in Design, 9 (7), 122-136.
Zavariz, R. C. M., & Limeira, D. M. (2012). Possíveis etiologias para a doença de Parkinson: uma breve revisão bibliográfica. Revista Saúde e Pesquisa, 5 (2), 388-398.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Ítalo José de Medeiros Dantas, Jeferson Rodrigo Silva Santos, Rafaela Patrícia de Araújo, Vanda da Conceição Silva, Alan Jones Lira de Melo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.