Mortalidade de Raoiella indica Hirst, 1924 (Acari: Tenuipalpidae) sob ação, in vitro, de acaricidas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7599Palavras-chave:
Ácaro fitófago; Arecaceae; Controle químico.Resumo
Medidas para o controle de Raoiella indica Hirst, 1924 infestando e causando prejuízos em cultivos de Cocos nucifera são escassas no Brasil. Visando fomentar programas de manejo desse ácaro na cultura do coqueiro, comparou-se a efetividade in vitro dos acaricidas abamectina, clorfenapir e fenpiroximato sobre fêmeas adultas de R. indica, de acordo com a dosagem recomendada para mortalidade de 80% de ácaros-praga. Avaliaram-se a mortalidade após 3, 6, 12, 24, 48 e 72 horas após aplicação, mortalidade acumulada e análise de sobrevivência das fêmeas. Com base na normalidade dos dados, foram utilizados Modelos Lineares Generalizados (GLM) e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Para os três parâmetros avaliados, abamectina foi o mais tóxico nas primeiras horas após aplicação, com o maior pico de mortalidade 6 horas após. Fenpiroximato mostrou-se eficiente com o passar do tempo, igualando-se à abamectina após 12 horas. Ambos ocasionaram mortalidade de 98% após 72 horas. A ação de clorfenapir foi mais tardia em relação aos demais acaricidas, contudo, foi o único que ocasionou 100% de mortalidade. Os três produtos mostraram-se eficientes no controle de R. indica em testes conduzidos em laboratório, no entanto, a abamectina mostrou-se tóxico logo nas seis primeiras horas após a aplicação, com eficiência de 85,42% sobre a mortalidade acumulada, sendo o produto com ação mais rápida no controle das fêmeas adultas de R. indica.
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