Estudos coloniais e decoloniais nos nomes das embarcações de pesca do município de São João de Pirabas - Pará
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.7760Palavras-chave:
Antropologia; Nomenclaturas; Embarcação; Decolonialidade; Identidade.Resumo
Este trabalho objetiva averiguar as nomenclaturas conferidas às embarcações de pesca no município de São João de Pirabas - Pará, a semântica dos nomes e suas influências coloniais e decoloniais. O artigo intenta discutir de que forma se estabelecem as relações sociais a partir da verificação desses nomes, o que pode levar a identificação de referências à religiosidade, etnia, saberes e práticas do povo da comunidade pesqueira inquirida. A investigação etnográfica e qualitativa inicia-se pela pesquisa de campo no intuito de coletar subsídios in loco por meio de incursões participativas até o “porto do mercado”, local onde ancoram os barcos na cidade. A conjectura norteadora da pesquisa é a de que por meio das nomenclaturas possamos compreender a influência colonial e decolonial que somadas a interculturalidade podem ter fundamentado a escolha dos nomes dos barcos. Dentre os autores utilizados estão Weber (2004), Morin (2000), Dussel (2005), Maués (2010) e Prandi (2020). Obteve-se como resultado a percepção de que na referida cidade há quantidade significativa de barcos nomeados de acordo com a religiosidade de seus donos, divididos entre catolicismo e protestantismo, assim como se notou também a nivelação socioeconômica dessas categorias. Assim, depreendeu-se que o simbolismo presente em tais nomes explicita as relações estabelecidas entre pescadores e donos de embarcações acerca das terminologias dos barcos, assim como os aspectos coloniais e decoloniais relevantes a ação de nomeação da embarcação.
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