A relação da nutrição na infertilidade feminina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.8062Palavras-chave:
Nutrição; Infertilidade feminina; Fertilidade; ObesidadeResumo
A infertilidade é definida como a incapacidade de obter uma gestação após 12 meses ou mais de relações sexuais constantes sem contracepção, acometendo aproximadamente 8% a 15% dos casais durante a sua vida fértil. Algumas das principais causas da infertilidade são doenças como a endometriose; miomas; disfunção ovulatória; síndrome dos ovários policísticos e obesidade, acompanhados do estilo de vida e condições ambientais, no qual, trabalhos estressantes; nutrição desequilibrada e dietas não saudáveis, concorrem para interferir na segurança da reprodução em mulheres e homens. Este estudo teve como objetivo compreender a relação da nutrição como um fator determinante na infertilidade feminina, além da importância do consumo de micronutrientes, bem como a decorrência da obesidade e do estilo de vida nesse processo.
A pesquisa bibliográfica foi realizada utilizando as bases de dado SCIELO, Google Acadêmico, PubMed, e foram selecionados artigos publicados nos últimos dez anos nacionais e internacionais. Após a revisão de literatura, foi possível analisar o consumo de micronutrientes, antioxidantes e um adequado estilo de vida como fatores que podem melhorar significativamente os resultados reprodutivos, bem como a identificação da relação de indivíduos com sobrepeso e a obesidade e sua influência negativa em mulheres que estão na tentativa de conceber, além de hábitos como tabagismo e etilismo atuarem no atraso da concepção e no aumento do risco de aborto espontâneo.
Referências
Agarwal, A., Mellado, A. A., Prenkumar, B. J., Shaman. A & Gupta, S. (2012). The Effects of Oxidative Stress on Female Reproduction: A Review. Reproductive Biology and Endocrinology, 10 (49).
Brewer, C. J. & Balen, A. H. (2010). The adverse effects of obesity on conception and implantation. Reproduction, 140 (3), 347 – 364.
Broughton, D. E. & Moley, K. H. (2017). Obesity and female infertility: potential mediators of obesity’s impact. Fertility and Sterility, 107 (4), 840 – 847.
Cunha, M., Galhardo, A. & Gouveia, J. P. (2016). Experiential avoidance, self-compassion, self-judgment and coping styles in infertility. Sexual e Reproductive Healthcare, 10, 41 – 47.
Farias, L. T., Sabóia, R. C. B. & Lima, C. H. R. (2017). Obesidade e infertilidade: uma revisão sistemática da literatura. Centro Universitário Uninovafapi, Revista Interdisciplinar, 10 (3), 141 – 149.
Fontana, R. & Torre, S. D. (2016). The Deep Correlation between Energy Metabolism and Reproduction: A View on the Effects of Nutrition for Women Fertility. Nutrients, 8 (2), 87 – 121.
Grieger, J. A., Grzeskowiak, L. E., Rebecca L. W., Miotto B. T., Leemaqz S. Y., Karasoulos J. T., Perkins V. A., Norman R. J., Dekker G. A. & Roberts C. T. (2019). Maternal Selenium, Copper and Zinc Concentrations in Early Pregnancy, and the Association With Fertility. Nutrients, 11(7), 1609 – 1620.
Jacob, M. & Brito, N. (2015). Suplementação de iodo na gravidez: qual a importância?. Revista portuguesa de saúde pública, 33 (1), 107 – 119.
Leary, C., Leese, H. J. & Sturmey, R. G. (2015). Human Embryos From Overweight and Obese Women Display Phenotypic and Metabolic Abnormalities. Human Reproduction, 30 (1), 122 – 132.
Leão, A. L. M. & Santos, L. C. (2012). Consumo de micronutrientes e excesso de peso: existe relação?. Rev Bras Epidemiol, 15 (1), 85 – 95.
Leitão, P. P. S. (2012). Impacto da Obesidade da Fertilidade Feminina. (Dissertação de Mestrado integrado em Medicina), Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, Porto, 2012.
Maia, M. A. C. (2012). Infertilidade em mulheres com excesso de peso/obesidade. (Revisão Bibliográfica, Nutrição), Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Porto, 2012.
Marconato, A. M., Renardin, A., Leonez, D. G. V. R., Padilha, C. K. & Mazur, C. E. (2019). Relação dos Fitoterápicos e Compostos Bioativos na Fertilidade e Infertilidade Humana. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, 13 (44), 118- 131.
Mcgown, C., Birerdinc, A. & Younossi, Z. M. (2014). Adipose Tissue as an Endocrine Organ. Clinics in Liver Disease, 13 (1), 41 – 58.
Nevares, P. B., Lemus, M. R., Villalva A. G., Valdez, L. N., Alonso, J. C. A. & Goes, T. I. F. (2018). Estilo de vida, contaminación atmosférica y problemas que afectan la salud reproductiva en la mujer. Revista de la Facultad de Medicina, 61 (2), 7 – 15.
Nillni, Y. I., Wesselink, A. K., Gradus, J. L., Hatch E. E., Rothman, K. J., Mikkelsen, E. M. & Wise, L. A. (2016). Depression, anxiety, and psychotropic medication use and fecundability. American Journal of Obstetrics Gynecology, 215 (4), 453 – 461.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Portaria nº 426/GM em 22 Mar. 2005. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/portaria_426_ac.htm. Acesso em: 10 de jun. 2020.
Pereira, A.S. et al. (2018). Metodologia do trabalho científico. [e-book]. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1. Acesso em: 12 de set. 2020.
Peres, H. A., Foss, M. C. F., Pereira, L. R. L. & Viana, C. M. (2017) An Update- The Role of Nutrients Crucial in the Infertility of Couples- New Insights for the Effects of Iodine, Selenium, Omega 3 Fatty Acids and Magnesium. Journal of Nutritional Health & Food Science, 5 (7), 1 – 6.
Pieczynska, J. & Grajeta, H. (2015). The role of selenium in human conception and pregnancy. Journal of Trace Elements in Medicine and Biology, 29, 31-38.
Practice Committee of American Society for Reproductive Medicine (2013). Definitions of infertility and recurrent pregnancy loss: a committee opinion. Fertility and Sterility, 99 (1).
Rhee, J. S., Saben, J. L., Mayer, A. L., Schulte, M. B., Asghar, Z., Stephens, C., Chi, M. Y. & Moley, K. H. (2016). Diet-induced Obesity Impairs Endometrial Stromal Cell Decidualization: A Potential Role for Impaired Autophagy. Human Reproduction, 31 (6), 1315 – 1326.
Rodríguez, L. G. G., Sobaler, L. M. A., Sanchez, J. M. P. & Ortega, R. M. (2018). Nutrición y fertilidad. Nutrición Hospitalaria, 35 (6), 7-10.
Ruder, E. H., Hartman, T. J., Reindollar, R. H. & Goldman, M. B. (2014). Female dietary antioxidant intake and time to pregnancy among couples treated for unexplained infertility. Fertility and Sterility, 101 (3), 759 – 766.
Salazar, J., Martinez, S. M., Chávez, M., Toledo, A., Anez, R., Torres, Y., Apruzzese, V., Silva, C., Rojas, J. & Bermudez, V. (2014). C-reactive Protein: Clinical and Epidemiological Perspectives. Cardiology Research and Practice.
Santos, B., Silveira, B., Dias, H. & Coutinho, E. (2020) As medidas utilizadas para avaliar o nível emocional da família perante a infertilidade: uma scoping review. Revista da UIIPS – Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém, 8 (1), 343 – 357.
Schliep, K. C., Mumford, S. L., Vladutiu, C. J., Ahrens, K. A., Perkins, N. J., Sjaarda, L. A., Kissel, K. A., Prasad, A., Wende, W. J. & Schisterman, E. F. (2015). Perceived stress, reproductive hormones, and ovulatory function: a prospective cohort study. Epidemiology, 26 (2), 177 – 184.
Shaum, K. M. & Polotsky, A. J. (2013). Nutrition and reproduction: Is there evidence to support a “Fertility Diet” to improve mitochondrial function?. Maturitas, 74 (4), 309 – 312.
Showell, M. G., Proctor, M. R., Jordan, V. & Hart, R. J. (2017). Antioxidants for female subfertility. Cochrane Database of Systematic Reviews, 7 (7), 1 – 157.
Silva, A. B., Santana, E. L. C., Silveira, L. M., Santo, C. S., Matos, B. S. D., Mirelle, L. C. F., Galvão, L. R., Cerqueira, T. S., Conceição, M. M. & Maria, J. F. C. (2020). Smoking x Ginecological Conditions - a cross-section study. Research, Society and Development, 9 (9), 1 – 15.
Silvestris, E., Lovero, D. & Palmirotta, R. (2019). Nutrition and Female Fertility: An interdependent Correlation. Frontiers in Endocrinology, 10 (346), 1 – 13.
Smits, R. M., Proctor, M. R., Fleischer, K. & Showell, M. G. (2018). Antioxidants in Fertility: Impact on Male and Female Reproductive Outcomes. Fertility and Sterility, 110 (4), 578 – 580.
Soares, T. V. M. (2018). Estilos de vida e a sua repercussão na fertilidade. (Dissertação de Mestrado integrado em Medicina), Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2018.
Soldin, O. P., Makambi, K. H., Soldin, S. J. & Mara, D. M. (2011). Steroid hormone levels associated with passive and active smoking. Steroids, 76 (7), 653 – 659.
Sorensen, T., Virtue, S., Sam & Vidal, A. (2010). Obesity as a clinical and public health problem: Is there a need for a new definition based on lipotoxicity effects?.Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Molecular and Cell Biology of Lipids, 1801 (3), 400 – 404.
Sousa, D. G. (2011). O impacto da nicotina sobre a fertilidade feminina. (Trabalho de Conclusão do Curso de Enfermagem), Universidade Federal Fluminense Escola de Enfermagem Aurora de Afonso e Costa Graduação e Licenciatura em Enfermagem, Niterói, 2011.
Talmor, A. & Dunphy, B. (2015). Female Obesity and Infertility. Best Practice Research Clinical Obstetrics and Gynaecology, 29 (4), 498 – 506.
Toledo, E., Burgo, C. L., Zambrana, A. R., Donazar, M., Blasco, I. N., Gonzalez, M. A. M. & Irala, J. (2011). Dietary patterns and difficulty conceiving: a nested case–control study. Fertility and Sterility, 96 (5), 1149 – 1153.
Virtue, S. & Vidal, A. (2010). Adipose tissue expandability, lipotoxicity and the Metabolic Syndrome — An allostatic perspective. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Molecular and Cell Biology of Lipids, 1801 (3), 338 – 349.
Wdowiak, A., Lewicka, M., Plewka, K. & Bakalczuk, G. (2013). Nicotinism and Quality of Embryos Obtained in In-Vitro Fertilization Programmes. Annals of Agricultural and Environmental Medicine, 20 (1), 82 – 85.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Mariana Cirilo Gomes ; Sarah Jéssica Duarte da Silva; Simone Gonçalves de Almeida
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.