O alumínio melhora o crescimento e a qualidade de mudas clonais de erva-mate (Ilex paraguariensis, Aquifoliaceae)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8064Palavras-chave:
Crescimento; Qualidade; Desenvolvimento inicial.Resumo
Neste estudo, foram avaliadas doses de alumínio (Al3+) no substrato de enraizamento, quanto ao crescimento, nutrição e qualidade de mudas clonais de erva-mate. Foram utilizados diferentes níveis de Al3+ incorporados ao substrato na forma de sulfato de alumínio (0,00; 2,25; 4,50; 9,00 e 18,00 g dm-³). Aos 90, 150, 215 e 300 dias após a estaquia (DAE), foram avaliados atributos morfológicos e índice SPAD das mudas. Aos 90 e 300 DAE, avaliou-se a consistência do torrão, peso de matéria fresca e seca de raízes, caule e folhas. Com base nesses atributos, calculou-se o Índice de Qualidade de Dickson (IQD), e com as folhas determinou-se a área foliar e os teores de macro e micronutrientes e Al. O crescimento das mudas foi influenciado pelo fornecimento de Al3+ e pelo tempo. Os valores máximos de diâmetro do colo, altura, número de folhas, matéria seca de folhas e área foliar aos 300 DAE foram observados na dose 9,00 g dm-³ de sulfato de alumínio (SA). O teor foliar de Al foi maior na dose 9,00 g dm-3 de SA, e os teores de Ca e K foram reduzidos em função da aplicação das doses de SA. A qualidade (IQD) foi afetada positivamente pelo fornecimento de Al3+, aumentando até a dose 9,00 g dm-³ de SA. Foi possível concluir que a dose de 9,00 g dm-³ de sulfato de alumínio no substrato proporcionou os melhores resultados na produção de mudas clonais de erva-mate.
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