O exercício da parresía por enfermeiros no cuidado às mulheres em situação de violência doméstica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.8551Palavras-chave:
Violência contra a mulher; Ética; Cuidados de enfermagem; Parresía.Resumo
Objetivo: identificar o exercício da parresía, por enfermeiros da atenção primária, no cuidado às mulheres em situação de violência doméstica. Método: estudo qualitativo, descritivo. Os dados foram coletados em entre abril e junho de 2018 através de entrevista semiestruturada. Foram inseridos no Software NVivo, tratados à luz da Análise Textual Discursiva e alicerçados no pensamento filosófico de Foucault. Resultados: formaram-se quatro categorias analíticas: o exercício da parresía frente à violência oculta, o exercício da parresía frente à violência corporificada, o exercício da parresía frente à presença do agressor e o exercício da parresía e os fatores interferentes. Considerações finais: os enfermeiros da Atenção Primária, mesmo com dificuldades, exercem a parresía no cuidado às mulheres em situação de violência falando a verdade do que se pensa e se sabe acerca dessa problemática. O diálogo acolhedor com as mulheres acerca das interfaces da violência, o compartilhamento de informações claras e concisas sobre a rede de apoio são ações que caracterizam o exercício da parresía por enfermeiros.
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