Sífilis em gestantes: análise epidemiológica e espacial em um estado na Amazônia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8605

Palavras-chave:

Sífilis; Gravidez; Incidência; Mapeamento geográfico.

Resumo

O estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis gestacional no Estado do Amapá no quinquênio de 2014 a 2018, associando com variáveis sociodemográficas e clínicas, e avaliar a distribuição espaço-temporal da doença nos municípios atráves de dados plotados em mapas usando o SIG. Estudo epidemiológico retrospectivo transversal, de natureza quantitativa e abordagem descritiva. As informações sobre as notificações de sífilis em gestantes foram retiradas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o número de nascidos vivos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e as malhas geográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De 2014 a 2018, registraram-se 986 casos de sífilis em gestantes, com o maior número de casos no município de Macapá (646) e a maior incidência em Serra do Navio (26,55). A maioria das notificações ocorreu na faixa etária de 20 a 29 anos (47,7%), na raça/cor parda (74,75%), em gestantes com 5ª a 8ª série incompleta (22,21%), em donas de casa (58,82%), no terceiro trimestre gestacional (50,71%) e a classificação da doença na fase primária (27,28%). Para confirmação diagnóstica, somente 29,51% utilizaram ambos os testes, não treponêmico e treponêmico. O tratamento que prevaleceu foi Penicilina G benzatina 7.200.000 UI (49,39%). Os achados indicaram aumento anual das notificações, assim como crescimento considerável no coeficiente de incidência anual nos municípios do Amapá, revelando a necessidade de interrupção da cadeia de transmissão da sífilis.

Referências

Avelleira, J. C. R., & Bottino, G. (2006). Sífilis: Diagnóstico, tratamento e controle. Anais Brasileiros de Dermatologia, 81 (2), 111–126. https://doi.org/10.1590/s0365-05962006000200002

Belda, W., Shiratsu, R., & Pinto, V. (2009). Abordagem nas doenças sexualmente transmissíveis. Anais Brasileiros de Dermatologia, 84 (2), 151–159. https://doi.org/10.1590/S0365-05962009000200008

Bottura, B. R., Matuda, L., Rodrigues, P. S. S., Amaral, C. M. C. A., & Barbosa, L. G. (2019). Perfil epidemiológico da sífilis gestacional e congênita no Brasil - período de 2007 a 2016. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, 64 (2), 69-75.

Brasil. (2010). Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8ª edição. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas

_parasitaria_guia_bolso.pdf

Brasil. (2017). Ministério da saúde. Sífilis 2017. Boletim Epidemiológico, 48 (36), 1-41. Recuperado de: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidemiologico-de-sifilis-2017

Brasil. (2018). Ministério da saúde. Sífilis 2018. Boletim Epidemiológico, 49 (45), 1–43. Recuperado de: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/boletim-epidemiologico-de-sifilis-2018

Brasil. (2019a). Ministério da saúde. Sífilis 2019. Boletim Epidemiológico. n. especial: 1–41. Recuperado de: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-sifilis-2019

Brasil. (2019b). Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de HIV, Sífilis e Hepatites virais. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-prevencao-da-transmissao-vertical-de-hiv

Brasil. (2020). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes

Brinkman, M. B., McGill, M. A., Pettersson, J., Rogers, A., Matejková, P., Smajs, D., Weinstock, G. M., Norris, S. J., & Palzkill, T. (2008). A novel Treponema pallidum antigen, TP0136, is an outer membrane protein that binds human fibronectin. Infection and Immunity, 76 (5), 1848–1857. https://doi.org/10.1128/IAI.01424-07

Cameron, C. E., Brouwer, N. L., Tisch, L. M., & Kuroiwa, J. M. Y. (2005). Defining the interaction of the Treponema pallidum adhesin Tp0751 with laminin. Infection and Immunity, 73 (11), 7485–7494. https://doi.org/10.1128/IAI.73.11.7485-7494.2005

Cavalcante, P. A. M., Pereira, R. B. L., & Castro, J. G. D. (2017). Sífilis gestacional e congênita em Palmas, Tocantins, 2007-2014. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 26 (2), 255-264.

Cesar, J. A., Camerini, A. V., Paulitsch, R. G., & Terlan, R. J. (2020). Não realização de teste sorológico para sífilis durante o pré-natal: prevalência e fatores associados. Revista Brasileira de Epidemiologia, 23, e200012.

Conceição, H. N., Câmara, J. T., & Pereira, B. M. (2019). Análise epidemiológica e espacial dos casos de sífilis gestacional e congênita. Saúde em debate, 43 (123), 1145-1158.

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (2019). Sífilis congênita: indicadores epidemiológicos. Nota técnica. Brasília: Ministério da Saúde.

Domingues, R. M. S. M., Szwarcwald, C. L., Souza Junior, P. R. B., & Leal, M. C. (2014). Prevalência de sífilis na gestação e testagem pré-natal: Estudo Nascer no Brasil. Revista de Saúde Pública, 48 (5), 766-774.

Figueiredo, D. C. M. M., Figueiredo, A. M., Souza, T. K. B., Tavares, G., & Vianna, R. P. T. (2020). Relação entre oferta de diagnóstico e tratamento da sífilis na atenção básica sobre a incidência de sífilis gestacional e congênita. Cadernos de Saúde Pública, 36 (3), e00074519.

Garnett, G. P., Aral, S. O., Hoyle, D. V, Cates, W. J., & Anderson, R. M. (1997). The natural history of syphilis. Implications for the transmission dynamics and control of infection. Sexually Transmitted Diseases, 24 (4), 185–200. https://doi.org/10.1097/00007435-199704000-00002

Harter, C., & Benirschke, K. (1976). Fetal syphilis in the first trimester. American Journal of Obstetrics and Gynecology, 124(7), 705–711. https://doi.org/10.1016/s0002-9378(16)33340-3

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2015). Malha Municipal Digital do Brasil.

Recuperado de ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_do_territorio/malhas_territoriais/

malhas_municipais/municipio_2015/UFs/AP/ap_municipios.zip

Korenromp, E. L., Rowley, J., Alonso, M., Mello, M. B., Saman Wijesooriya, N., Guy Mahiané, S., Ishikawa, N., Le, L. V., Newman-Owiredu, M., Nagelkerke, N., Newman, L., Kamb, M., Broutet, N., & Taylor, M. M. (2019). Global burden of maternal and congenital syphilis and associated adverse birth outcomes—Estimates for 2016 and progress since 2012. PLoS ONE, 14 (2). https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211720

Lafond, R. E., & Lukehart, S. A. (2006). Biological basis for syphilis. Clinical Microbiology Reviews, 19 (1), 29–49. https://doi.org/10.1128/CMR.19.1.29-49.2006

Larsen, S. A., Steiner, B. M., & Rudolph, A. H. (1995). Laboratory diagnosis and interpretation of tests for syphilis. Clinical Microbiology Reviews, 8 (1), 1–21.

Leal, M. C., Gama, S. G. N., Pereira, A. P. E., Pacheco, V. E., Carmo, C. N., & Santos, R. V. (2017). A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 33 (Suppl. 1), e00078816.

Maeda, A. T. N., Ermita, L. B., Alves, W. C., & Rodrigues, A. M. (2018). Perfil clínico e epidemiológico das gestantes com sífilis e sífilis congênita no município de Cacoal, Rondônia, Brasil, 2007 a 2016. Revista Eletrônica FACIMEDIT, 7 (1), 41–50.

Marques, J. V. S., Alves, B. M., Marques, M. V. S., Arcanjo, F. P. N., Parente, C. C., & Vasconcelos, R. L. (2018). Perfil epidemiológico da sífilis gestacional: clínica e evolução de 2012 a 2017. SANARE-Revista de Políticas Públicas, 17 (2), 13-20.

Nonato, S. M., Melo, A. P. S. & Guimarães, M. D. C. (2015). Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte-MG, 2010-2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24 (4), 681-694.

Oliveira, E. H., Silveira, J. A. V. da, Sampaio, S. S. de C., Verde, R. M. C. L., Soares, L. F., & Costa, S. C. R. (2020). Analysis of notificated cases of syphilis in pregnancy in the state of Paraiba, Brazil. Research, Society and Development, 9(1), e179911900. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1900

Padovani, C., Oliveira, R. R., & Pelloso, S. M. (2018). Sífilis na gestação: associação das características maternas e perinatais em região do sul do Brasil. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 26, e3019.

Palmer, H. M., Higgins, S. P., Herring, A. J., & Kingston, M. A. (2003). Use of PCR in the diagnosis of early syphilis in the United Kingdom. Sexually Transmitted Infections, 79 (6), 479–483. https://doi.org/10.1136/sti.79.6.479

Peeling, R. W., Mabey, D., Kamb, M. L., Chen, X. S., Radolf, J. D., & Benzaken, A. S. (2017). Primer: Syphilis. Nature Reviews Disease Primers, 3. https://doi.org/10.1038/nrdp.2017.73

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., Shitsuka, R. (2018). Método Qualitativo, Quantitativo ou Quali-Quanti. In: Metodologia da Pesquisa Científica. Santa Maria: [s.n.] , 67-69. Recuperado de https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_

Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

QGIS project. (2020). Guia do Usuário. Recuperado de: https://docs.

qgis.org/3.10/pt_BR/docs/user_manual/

Rotta, O. (2005). Diagnóstico sorológico da sífilis. Anais Brasileiros de Dermatologia, 80 (3), 299–302. https://doi.org/10.1590/s0365-05962005000300014

Ribeiro, R. S., Segura, G. de S., Ferreira, A. C. M., Sasaki, N. S. G. M. dos S., Santos, M. de L. S. G., & Vendramini, S. H. F. (2020). Epidemiology of gestational and congenital syphilis: integrative literature review. Research, Society and Development, 9(4), e178942470. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i4.2470

Schiller, N. L., & Cox, C. D. (1977). Catabolism of glucose and fatty acids by virulent Treponema pallidum. Infection and Immunity, 16(1), 60–68. https://doi.org/10.1128/iai.16.1.60-68.1977

Silva, W. B., Klein, V. C., & Oliveira, J. D. D. (2020). Epidemiologia da Sífilis Gestacional no Tocantins, Brasil: fatores envolvidos na detecção diagnóstica desse agravo. Revista de Patologia do Tocantins, 6 (4), 20–26.

Tiago, Z. S., Picoli, R. P., Graeff, S. V., Cunha, R. V., & Arantes, R. (2017). Subnotificação de sífilis em gestantes, congênita e adquirida entre povos indígenas em Mato Grosso do Sul, 2011-2014. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 26 (3), 503-512.

Toledo H. S., Peverari J., & Bonafé S. M. (2013). Manifestações clínicas da sífilis adquirida e congênita, diagnóstico e tratamento. Anais do VIII Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, Maringá, PR, Brasil. Recuperado de: https://www.unicesumar.edu.br

/epcc-2013/wp-content/uploads/sites/82/2016/07/Jaqueline_Peverari.pdf

Watson-Jones, D., Changalucha, J., Gumodoka, B., Weiss, H., Rusizoka, M., Ndeki, L., Whitehouse, A., Balira, R., Todd, J., Ngeleja, D., Ross, D., Buvé, A., Hayes, R., & Mabey, D. (2002). Syphilis in Pregnancy in Tanzania. I. Impact of Maternal Syphilis on Outcome of Pregnancy Downloaded from. The Journal of Infectious Diseases, 186 (7), 940-947. http://jid.oxfordjournals.org/

World Health Organization. (2012). Investment case for eliminating mother-to-child transmission of syphilis: promoting better maternal and child health and stronger health systems. Recuperado de: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/75480/97

_eng.pdf;jsessionid=9B900C00EE50319AE8FCF75662B4BB98?sequence=1

Downloads

Publicado

26/09/2020

Como Citar

TAVARES, L. J. R. dos S.; DUARTE, F. G. da S.; MARTINS, R. S. .; TAVARES, R. F. de S. .; MEIRELES, A. A. V. .; AMARAL, C. D.; OLIVEIRA, L. M. de; SILVA, S. R. M. da; CARDOSO , R. F. . Sífilis em gestantes: análise epidemiológica e espacial em um estado na Amazônia. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, p. e2699108605, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.8605. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/8605. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde