Diagnóstico de alterações refracionais em crianças com microcefalia, presumidamente por síndrome congênita do Zika vírus
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8674Palavras-chave:
Erros refracionais; Diagnóstico; Crianças; Microcefalia; Zika vírusResumo
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo diagnosticar erros refracionais em crianças com microcefalia, presumidamente por síndrome congênita do Zika vírus, na região oeste do Mato Grosso. Métodos: Estudo clínico, transversal, observacional onde foi realizado busca ativa dos pacientes com microcefalia atendidos no Centro Especializado em Reabilitação na cidade de Cáceres e Cuiabá, ambas no estado de Mato Grosso. Foram realizadas avaliações oftalmológicas de 30 crianças com microcefalia presumidamente por síndrome congênita do Zika vírus, 14 do sexo masculino e 16 do sexo feminino com idade média no momento da avaliação de 2 anos e 4 meses. As crianças foram encaminhadas para o médico oftalmologista, onde foi realizado anamnese e o exame de refração ocular com os equipamentos retinoscópio, régua para esquiascopia e colírio ciclopentolato. Resultados: Foi possível diagnosticar os erros de refração em 96,7% das crianças, o erro refracional mais encontrado foi o astigmatismo, diagnosticado em 45 olhos, seguido pela hipermetropia em 43 olhos e, por fim, a miopia diagnosticada em 12 olhos. Conclusão: o diagnóstico de erros refracionais foram encontrados em todas as 30 crianças, a ausência de diagnóstico e tratamento pode afetar negativamente o desenvolvimento infantil dessa população; desse modo, o acompanhamento oftalmológico precoce e contínuo maximiza a qualidade visual e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
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