Espiritualidade e Religiosidade no contexto da integralidade da assistência: reflexões sobre o cuidado integral em saúde e enfermagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8780

Palavras-chave:

Religiosidade; Espiritualidade; Integralidade em Saúde; Cuidados de enfermagem.

Resumo

Espiritualidade e religiosidade apresentam potencial para mobilizar conhecimentos específicos e influenciar a forma dos indivíduos vivenciarem a saúde e a doença, agregando à Enfermagem, novos modelos de cuidado e respeitando-se as políticas de saúde vigentes. O objetivo deste artigo é refletir acerca das dimensões da espiritualidade e da religiosidade na integralidade da assistência com vistas à apreensão de um cuidado integral em saúde e enfermagem. Trata-se de artigo de reflexão, para o qual foi realizada uma busca por produções que versassem sobre o tema na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e na Pubmed. Assim, foi organizado em dois blocos temáticos: espiritualidade, religiosidade e o cuidado de enfermagem; e a integralidade da assistência como base para o cuidado integral em saúde e de enfermagem no contexto das dimensões da espiritualidade e da religiosidade. Observa-se que a abordagem da espiritualidade e da religiosidade (E/R), encontra solo fértil no âmbito da saúde, onde se almeja consumar a integralidade enquanto princípio norteador do SUS e, simultaneamente, a promoção de um cuidado integral. De igual modo, a integralidade da assistência em saúde é abrangente, profunda e complexa, ao definir a maneira como o paciente ou usuário do sistema de saúde deve ser tratado, isto é, como um todo.  Estes não são assuntos recentes e nem antagônicos para a área da saúde e a enfermagem, sendo, nesse sentido, importante investir esforços para a produção de novos estudos e para que efetivamente, possam integrar a formação e a prática cotidiana dos profissionais.

Biografia do Autor

Juliana de Lima Brandão, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Rio de Janeiro. Brasil.

Antonio Marcos Tosoli Gomes , Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Enfermeiro. Doutor em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Pós-Doutor em Enfermagem pelo Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor Titular do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica e do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Brasil.

Diego Bonfante Mota, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Enfermeiro. Mestrando em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Rio de Janeiro. Brasil. 

Priscila Cristina da Silva Thiengo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Enfermeira. Professora Assistente do Departamento Médico-Cirúrgico da Faculdade de Enfermagem e  Doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Rio de Janeiro, Brasil.   

Mariana Luiza de Oliveira Fleury, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Graduanda em Enfermagem e Bolsista do Programa de Iniciação Científica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Brasil. 

Rachel Verdan Dib, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Graduanda em Enfermagem e Bolsista do Programa de Iniciação Científica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Brasil. 

Charles Souza Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Enfermeiro. Doutor em Enfermagem pela UERJ. Docente do Departamento de Saúde II da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Jequié, BA, Brasil. 

Renê dos Santos Spezani, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Enfermeiro. Pós doutorando em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professor Adjunto no Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro, Brasil.

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Publicado

07/10/2020

Como Citar

BRANDÃO, J. de L.; GOMES , A. M. T.; MOTA, D. B.; THIENGO, P. C. da S.; FLEURY, M. L. de O.; DIB, R. V.; SANTOS, C. S.; SPEZANI, R. dos S. Espiritualidade e Religiosidade no contexto da integralidade da assistência: reflexões sobre o cuidado integral em saúde e enfermagem. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, p. e5499108780, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.8780. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/8780. Acesso em: 29 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde