Perfil da morbimortalidade de adolescentes por intoxicação exógena no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8914Palavras-chave:
Envenenamento; Adolescente; Epidemiologia.Resumo
Buscou- se caracterizar o perfil da morbimortalidade de adolescentes por intoxicação exógena no Brasil na última década. Trata-se de uma análise documental, descritiva, de série temporal com abordagem quantitativa, realizada no mês de agosto de 2020, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (DATASUS). Processaram- se os dados nos programas: TabWin versão 4.14, Microsoft Excel versão 2016 e Microsoft Office. Constatou- se o total de 198.367 notificações no período de 2010 a 2019. A região Sudeste e o estado de São Paulo ocuparam o primeiro lugar com 95.250 e 37.916 registros respectivamente. Os casos se concentraram na zona urbana (87,62%) e na faixa etária entre 15 a 19 anos (73,40%). O sexo feminino foi o mais expressivo (67,25%) e a raça branca prevaleceu (40,03%). O medicamento foi o principal agente tóxico (53,53%) e a tentativa de suicídio a principal circunstância (52,01%). A maior parte das exposições foi do tipo aguda- única (65,49%), sendo o critério de confirmação mais utilizado, o clínico (63,31%). Um total de 155.915 casos evoluiu para cura sem sequela e 131.237 foram classificados como intoxicação confirmada. A intoxicação exógena em adolescentes no Brasil tem como protagonistas meninas brancas, com idade entre 15 a 19 anos, moradoras da zona urbana das grandes cidades, que utilizam como método de tentativa de suicídio altas doses de medicamentos de forma abrupta e única.
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