Desigualdades no acesso a medicamentos no Brasil: um estudo de base populacional
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8952Palavras-chave:
Uso de medicamentos; Acesso aos serviços de saúde; Disparidades nos níveis de saúde; Inquéritos epidemiológicos.Resumo
Objetivo: Analisar as desigualdades no acesso a medicamentos no Brasil. Metodologia: Estudo transversal, com indivíduos acima de 18 anos, que analisou a obtenção dos medicamentos receitados no último atendimento de saúde a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. A prevalência do acesso a medicamentos foi descrita segundo aspectos demográficos, socioeconômicos e de acesso aos serviços de saúde. Os dados foram apresentados a partir de valores de proporções e intervalo de confiança a 95%. A análise da significância entre os dados foi avaliada a partir da intercessão dos intervalos de confiança. Resultados: Do conjunto da população estudada, a maioria dos sujeitos conseguiu obter todos os medicamentos. A proporção de pessoas que obtiveram todos os medicamentos foi maior entre moradores do Espírito Santo; indivíduos na faixa etária de 18 a 29 anos, de cor branca e com ensino superior completo. Parte dos indivíduos teve como fonte de obtenção o serviço público. O motivo mais frequentemente citado pelos moradores para não terem conseguido todos os medicamentos receitados foi o medicamento não estar disponível no serviço de saúde. Conclusão: Observaram-se extremas desigualdades de acesso a medicamentos no Brasil, apontando a necessidade de políticas que ampliem essa condição.
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