Queilite actínica em paciente cardíaco internado em unidade de terapia intensiva: relato de caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.9350

Palavras-chave:

Queilose actínica; Unidade hospitalar de odontologia; Assistência hospitalar.

Resumo

A Queilite Actínica (QA) é uma desordem oral potencialmente maligna com proliferações displásicas de queratinócitos. A lesão tem predileção pela zona vermelha do   lábio inferior e pode estar intimamente relacionada com exposição excessiva à luz solar. O objetivo deste estudo foi de relatar um caso clínico de QA em paciente cardiopata, internado em unidade de terapia intensiva. Paciente do sexo masculino, leucoderma, 82 anos, com lesão na zona vermelha do lábio inferior de cor esbranquiçada, áreas pediculadas e sésseis, limites nítidos e formato irregular. A biópsia incisional foi realizada em leito da unidade de terapia intensiva e enviada ao laboratório de análise patológica do Estado da Paraíba (LACEN). A microscopia apresentou uma epiderme espessada por acantose, com células apresentando pleomofismo e hipercromismo nuclear. Na derme presença de ectasia vascular, infiltrado linfocitário difuso e degeneração basófila de fibras elásticas, ainda foram observadas áreas com focos de erosão superficial do epitélio do revestimento recobertos por crosta de material necrótico e fibrinoleucocitário. O diagnóstico anatomopatológico foi de queilite actínica ulcerada. O tratamento realizado foi a excisão cirúrgica total com acompanhamento do processo de cicatrização até a alta hospitalar do paciente. Concluiu-se que o tratamento proposto ao paciente foi resolutivo e que a presença do cirurgião dentista em ambiente hospitalar facilitou o acesso e tratamento de uma desordem oral potencialmente maligna, favorecendo o prognóstico do caso.

Referências

Aranega, A. M., Bassi, A. P. F., Ponzoni, D., Wayama, M. T., Esteves, J. C., & Garcia Junior, I. R. (2012). Qual a importância da Odontologia Hospitalar? Rev Bras Odontol, 69(1), 90-3.

Arnaud, R. R., Soares, M. S. M., Paiva, M. A. F., Figueiredo, C. R. L. V., Santos, M. G. C., & Lira, C. C. (2014). Queilite actínica: avaliação histopatológica de 44 casos. Revista de Odontologia da UNESP, 43(6), 384–389.

Blum, D. F. C., Silva, J. A. S., Baeder, F. M., Bona, A. D. (2018). The practice of dentistry in intensive care units in Brazil. Rev Bras Ter Intensiva, 30(3), 327-32.

Campisi, G., & Margiotta, V. (2001). Oral mucosal lesions and risk habits among men in a italian study population. J Oral Pathol Med, 30, 22-8.

Dancyger, A., Heard, V., Huang, B., Suley, C., Tang, D., Ariyawardana, A., et al. (2018). Malignant transformation of actinic cheilitis: a systematic review of observational studies. J Invest Clin Dent, 9, e12343.

Delgado, A. M. (2013). Estudo imuno-histoquímico da queilite actínica, carcinoma epidermóide de lábio e carcinoma epidermóide de língua (Doctoral dissertation). Retrieved from Repositório Institucional UNESP.

Jadotte, Y. T., & Schwartz, R. A. (2012). Solar cheilosis: an ominous precursor: part I. diagnostic insights. J Am Acad Dermatol, 66, 173-84.

Lucena, E. E. S., Costa, D. C., Silveira, E. J., & Lima, K. C. (2012). Prevalence and factors associated to actinic cheilitis in beach workers. Oral Dis, 18, 575-9.

Lucio, P. S. C., & Barreto, R. C. (2012). Queilite actínica- perfil da produção científica em odontologia do Brasil nos últimos dez anos. Rev Cub Estomatol, 49(4), 276-85.

Markopoulos, A., Albanidou-Farmaki, E., & Kayavis, I. (2004). Actinic cheilitis: clinical and pathologic characteristics in 65 cases. Oral diseases, 10(4), 212–216.

Martins, M. D., Marques, L. O., Martins, M. A. T., Bussadori, S. K., & Fernandes, K. P. S. (2007). Queilite actínica: relato de caso clínico. ConScientiae Saúde, 6(1), 105-10.

Martins-Filho, P. R., Silva, L. C., & Piva, M. R. (2011). The prevalence of actinic cheilitis in farmers in a semi-arid northeastern region of Brazil. International journal of dermatology, 50(9), 1109–1114.

Mello, F. W., Melo, G., Modolo, F., & Rivero, E. R. (2019). Actinic cheilitis and lip squamous cell carcinoma: Literature review and new data from Brazil. J Clin Exp Dent, 11, 62-9.

Mello, F. W., Miguel, A. F. P., Dutra, K. L., Porporatti, A. L., Warnakulasuriya, S., Guerra, E. N. S., et al., (2018). Prevalence of oral potentially malignat disorders: a systematic review and meta-analysis. J Oral Pathol Med, 47, 633-40.

Miranda, A. M. O., Ferrari, T. M., & Calandro, T. L. L. (2011). Queilite actínica: aspectos clínicos e prevalência encontrados em uma população rural no interior do Brasil. Rev Saúde e Pesquisa, 4(1), 67-72.

Muse, M. E., & Crane, J. S. (2020). Actinic Cheilitis. In StatPearls. Retrieved from https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK551553/

Rass, K., & Reichrath, J. (2008). UV damage and DNA repair in malignant melanoma and nonmelanoma skin cancer. In Reichrath (Ed.), Advances in experimental medicine and biology: sunlight, vitamin D and skin cancer (p. 167-68). New York. Springer Science.

Reinehr, C. P. H., & Bakos, R. M. (2019). Actinic keratoses: review of clinical, dermoscopic, and therapeutic aspects. Anais Brasileiros de Dermatologia, 94(6), 637-657.

Rodríguez-Blanco, I., Flórez, A., Paredes-Suárez, C., Rodríguez-Lojo, R., González-Vilas, D., Ramírez-Santos, A, et al. (2018). Actinic cheilitis prevalence and risk factors: a cross-sectional, multi-centre study in a population aged 45 years and over in north-west spain. Acta Derm Venereol, 98, 970-4.

Sarmento, D. J. S., Miguel, M. C. C., Queiroz, L. M., Godoy, G. P., & Silveira, E. J. (2014). Actinic cheilitis: clinicopathologic profile and association with degree of dysplasia. Int J Dermatol, 53, 466-72.

Segatto, M. M., Dornelles, S. I., Silveira, V. B., & Frantz, G. (2013). Comparative study of actinic keratosis treatment with 3% diclofenac sodium and 5% 5-fluorouracil. Anais brasileiros de dermatologia, 88(5), 732–738.

Silva, F. D., Daniel, F., Grando, L. J., Calvo, M., Rath, I. B., & Fabro, S. M. (2006). Estudo da prevalência de alterações labiais em pescadores da ilha de Santa Catarina. Rev Odonto Ciência, 21(51), 37-42.

Silva, L. V. O., Arruda, J. A. A., Abreu, L. G., Ferreira, R. C., Silva, L. P., Pelissari, C., et al. (2020). Demographic and clinicopathologic features os actinic cheilitis and lip squamous cell carcinoma: a brazilian multicentre study. Head and Neck Pathology, 10.1007/s12105-020-01142-2. Advance online publication.

Tenorio, E. P., Santos, J. A. P., Ferreira, S. M. S., Peixoto, F. B., & Ribeiro, C. M. B. (2018). Queilite actínica: relato de caso. Rev Med Minas Gerais, 28( e-1970), 1-6.

Vieira, R., Minicucci, E. M., Marques, M. E., & Marques, S. A. (2012). Actinic cheilitis and squamous cell carcinoma of the lip: clinical, histopathological and immunogenetic aspects. An Bras Dermatol, 87, 105-14.

Vilela, G. R. (2011). Queilite actinica: Revisao de literatura (Trabalho de Conclusão de Curso), Retrieved from https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/6349.pdf.

Downloads

Publicado

25/10/2020

Como Citar

SERRÃO, M. do C. P. N.; GOMES, T. P.; CARDOSO, A. M. R.; ARAÚJO, A. K. R. C.; BRITO FILHO, M. T. de; TEODÓSIO, G. C.; BRITO, B. da S.; RAMOS, A. E.; SILVA, D. F.; ALBUQUERQUE, A. C. L. de; BAEDER, F. M. Queilite actínica em paciente cardíaco internado em unidade de terapia intensiva: relato de caso. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, p. e9209109350, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.9350. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/9350. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde