Articulação entre argumentação e práticas conceituais, epistêmicas e sociais na sala de aula de Ciências

Autores

  • Willa Nayana Corrêa Almeida Universidade Federal do Pará
  • João Manoel da Silva Malheiro Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v8i5.976

Palavras-chave:

Educação Científica; Processo argumentativo; Objetivos de aprendizagem; Harmonização.

Resumo

O propósito deste ensaio é discutir a possibilidade de articulação entre a argumentação, na perspectiva do padrão de Toulmin, e o desenvolvimento de práticas conceituais, epistêmicas e sociais no ensino de Ciências, a partir de pesquisas científicas nacionais e internacionais. Para alcançar tal intenção, realiza-se uma investigação de abordagem qualitativa, na qual desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos científicos relacionados a temática, considerando a contribuição de diversificados autores. Os estudos evidenciam a relevância da articulação do processo argumentativo e as práticas conceituais, epistêmicas e sociais durante a construção do conhecimento científico, destacando a necessidade de um ambiente propício para que tal harmonização ocorra. Além disso, as ações argumentativas dependem do trabalho do educador como autoridade epistêmica e social que promove o desenvolvimento dos debates e defesas de ideias para o aprofundamento do entendimento dos temas abordados. Conclui-se que a harmonização entre as argumentações estruturalmente válidas e as diferentes práticas conceituais, epistêmicas e sociais é percebida como constitutiva da construção de uma forma de olhar, dar sentido aos fenômenos e legitimar os conhecimentos produzidos na perspectiva da Ciência escolar.

Referências

Almeida, Willa Nayana Corrêa. (2017). A Argumentação e a Experimentação Investigativa no Ensino de Matemática: O Problema das Formas em um Clube de Ciências. Dissertação (Mestrado em Docência em Educação em Ciências e Matemáticas), Universidade Federal do Pará, Belém-PA, Brasil. Recuperado de: http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/10520/1/Dissertacao_ArgumentacaoExperimentacaoInvestigativa.pdf.

Barros, José D’Assunção. (2016). Os conceitos: seus usos nas Ciências humanas. Petrópolis: Vozes.

Berland, Leema; & Hammer, David. (2012). Framing for Scientific Argumentation, Journal of Research in Science Teaching, v. 49, n. 1, p. 68–94. Recuperado de: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/tea.20446.

Boavida, Ana Maria Roque. (2005). A argumentação em matemática: Investigando o trabalho de duas professoras em contexto de colaboração. 2005. 995f. Tese (Doutorado em Educação), Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.

Burke, Peter. (2016). O que é história do conhecimento? São Paulo: Ed. UNESP.

Carvalho, Ana Maria Pessoa de. (2013). O ensino de ciências e a proposição de sequências de ensino investigativas. In: Carvalho, Ana Maria Pessoa de. (Org.) Ensino de Ciências por Investigação: Condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, p. 1-20.

Chiaro, Sylvia de; & Leitão, Selma. (2005). O papel do professor na construção discursiva da argumentação em sala de aula. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 18, n. 3, p. 350-357. Recuperado de: http://www.scielo.br/pdf/prc/v18n3/a09v18n3.pdf.

Duschl, Richard A. (2007). Quality Argumentation and Epistemic Criteria. In: Erduran, Sibel; Jiménez-Aleixandre, María Pilar (Eds.). Argumentation in Science Education: Perspectives from Classroom-Based Research. Estados Unidos: Springer.

Duschl, Richard A. (2008). Science education in three-part harmony: balancing conceptual, epistemic and social learning goals. Review of Research in Education, v. 32(1), p. 268-291.

Duschl, Richard A. (2017). Designing knowledge-building practices in three part harmony: Coor¬dinating curriculum-instruction-assessment with conceptual-epistemic-social learning goals. In: I Encontro de Ensino de Ciências por Investigação. Palestra. São Paulo: USP.

Gil, Antônio Carlos. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.

Jiménez-Aleixandre, María Pilar. (2005). Argumentação sobre questões sócio-científicas: processos de construção e justificação do conhecimento na aula. In: V Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Anais... Bauru: ABRAPEC.

Jiménez-Aleixandre, María Pilar; Mortimer, Eduardo Fleury; & Silva, A. C. T., Díaz, J. (2008). Epistemic Practices: an analytical framework for science classrooms. Trabalho apresentado no AERA, New York City.

Kelly, Gregory J. (2005) Inquiry, activity, and epistemic practices. trabalho apresentado na Inquiry Conference on Developing a Consensus Research Agenda, New Brunswick.

Kelly, Gregory J. (2008). Inquiry, activity and epistemic practice. In: Duschl, Richard A.; Grandy, Richard E. (Eds.). Teaching Scientific Inquiry: recommendations for research and implementation (p. 288–291). Rotterdam-Holand: Taipei Sense Publishers.

Kolstø, Stein Dankert; & Ratcliffe, Mary. (2007). Social Aspects of Argumentation. In: Erduran, Sibel; Jiménez-Aleixandre, María Pilar (Eds.). Argumentation in Science Education: Perspectives from Classroom-Based Research. Estados Unidos: Springer.

Leitão, Selma. (2011). O lugar da argumentação na construção do conhecimento em sala de aula. In: Leitão, Selma; Damianovic, Maria Cristina (Org.). Argumentação na escola: o conhecimento em construção – Campinas-SP: Pontes Editores.

Longino, Hellen E. (1990). Science as social knowledge: Values and objectivity in science inquiry. Princeton: Princeton University Press.

Oliveira, Maria Marli. (2014). Como fazer pesquisa qualitativa. 6.ed. Petrópolis, Rio de janeiro: Vozes.

Perelman, Chan; & Olbrechts-Tyteca, Lucie. (1996). Tratado da Argumentação: a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes.

Ribeiro, Roziane Marinho. (2009). A construção da argumentação oral em contexto de ensino. São Paulo: Cortez.

Sandoval, William A.; & Reiser, Brian J. (2004). Explanation-driven inquiry: integrating conceptual and epistemic scaffolds for scientific inquiry. Science Education, v. 88, p. 345-372. Recuperado de: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/sce.10130.

Sandoval, William A.; & Millwood, Kelli A. What Can Argumentation Tell Us About Epistemology? (2007). In: Erduran, Sibel; Jiménez-Aleixandre, María Pilar (Eds.). Argumentation in Science Education: Perspectives from Classroom-Based Research. Estados Unidos: Springer.

Sandoval, William A.; & Morrison, Kathryn. (2003). High school students’ ideas about theories and theory change after a biological inquiry unit. Journal of Research in Science Teaching, v. v. 40, n. 4, p. 369 – 392.

Sasseron, Lúcia Helena. (2013). Interações discursivas e investigação em sala de aula: O papel do professor. In: Carvalho, Ana Maria Pessoa de. (Org.). Ensino de Ciências por Investigação: Condições para implementação em sala de aula - São Paulo: Cengage Learning, p. 41-62.

Sasseron, Lúcia Helena. (2018). Ensino de Ciências por Investigação e o Desenvolvimento de Práticas: Uma Mirada para a Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 18, n. 3, p. 1061-1085. Recuperado de: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4833.

Sasseron, Lúcia Helena; & Carvalho, Ana Maria Pessoa de. (2011). Construindo argumentação em sala de aula: a presença do ciclo argumentativo, os indicadores de Alfabetização Científica e o padrão de Toulmin. Ciência e Educação, v. 17, n. 1, p. 97-114. Recuperado de: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v17n1/07.pdf .

Sasseron, Lúcia Helena; & Duschl, Richard A. (2016). Ensino de ciências e as práticas epistêmicas: O papel do professor e o engajamento dos estudantes. Investigações em Ensino de Ciências, v. 21(2), ago., p. 52-67. Recuperado de: https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/19.

Simonneaux, Laurence. (2007). Argumentation in Socio-Scientific Contexts. In: Erduran, Sibel; Jiménez-Aleixandre, María Pilar (Eds.). Argumentation in Science Education: Perspectives from Classroom-Based Research. Estados Unidos: Springer.

Silva, Adjane da Costa Tourinho e. (2015). Interações discursivas e práticas epistêmicas em salas de aula de Ciências. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 17, p. 69-96. Recuperado de: http://www.scielo.br/pdf/epec/v17nspe/1983-2117-epec-17-0s-00069.pdf.

Vieira, Rodrigo Drumond; & Nascimento, Silvania Sousa do. (2013). Argumentação no ensino de ciências: tendências, práticas e metodologia de análise. 1. ed. - Curitiba: Appris.

Toulmin, Stephen E. (2001). Os usos do argumento. São Paulo: Martins Fontes.

Downloads

Publicado

06/03/2019

Como Citar

ALMEIDA, W. N. C.; MALHEIRO, J. M. da S. Articulação entre argumentação e práticas conceituais, epistêmicas e sociais na sala de aula de Ciências. Research, Society and Development, [S. l.], v. 8, n. 5, p. e2585976, 2019. DOI: 10.33448/rsd-v8i5.976. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/976. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais