Percepção de mulheres quilombolas acerca da assistência pré-natal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9807Palavras-chave:
Cuidado pré-natal; Saúde das minorias; Saúde da mulher; Grupo com ancestrais do continente africano; Políticas públicas.Resumo
Objetivo: compreender a percepção de mulheres quilombolas sobre a assistência pré-natal recebida durante o período gestacional. Metodologia: estudo qualitativo, realizado no mês de setembro de 2017 em uma comunidade rural de remanescentes quilombolas, localizada em um munícipio do Nordeste do Brasil. Participaram da pesquisa todas as mulheres que estiveram grávidas entre 2014 e julho de 2017. Os dados foram coletados através de entrevista semiestruturada e analisados a partir da Análise de Conteúdo. Resultados: evidenciou-se que as mulheres quilombolas compreendem o acompanhamento pré-natal como um importante recurso para minimizar os agravos na gestação, tanto para a mãe quanto para o recém-nascido. Nesse contexto, notou-se que o profissional de enfermagem tem papel fundamental na assistência ao pré-natal e sua atuação envolve o cuidado técnico, construção de vínculo, apoio, confiança e acolhimento. Ademais, constatou-se que, apesar da melhora no acesso às consultas com a implantação de uma Estratégia de Saúde da Família, ainda há dificuldade com relação à realização de exames de rotina solicitados, uma vez que todas dependem exclusivamente do sistema público de saúde. Conclusão: Há necessidade de fortalecimento da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, com vistas a garantir maior acesso aos serviços e reduzir as iniqüidades em saúde, uma vez que se trata de um grupo em situação de dupla vulnerabilidade, tanto por ser mulher quanto por ser negra.
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