Aspectos relacionados à preferência de gestantes pela cesariana
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9844Palavras-chave:
Parto; Cesárea; Gravidez; Comportamento de escolha.Resumo
Introdução: Considerando que o aumento da cesárea no Brasil não está ligado apenas às falsas indicações médicas, mas relaciona-se também a uma decisão da própria gestante, o presente artigo tem como objetivo compreender os aspectos que interferem na preferência da mulher pela cesariana. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, que está vinculado a um projeto de pesquisa matricial intitulado “Experiência de preparação para o parto e suas repercussões na co-construção da autonomia de mulheres”. A pesquisa foi realizada em uma Unidade de Saúde da Família (USF) no município de Cuiabá, capital de Mato Grosso, onde participaram do estudo oito gestantes. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semi-estruturadas com questões abertas e fechadas a respeito do assunto, analisadas conforme a análise de conteúdo do tipo temática. Resultados: A partir dos dados analisados, os discursos foram separados em duas categorias: a) a decisão pela cesariana e b): agentes que influenciam o processo informativo da mulher. Considerações Finais: O processo de decisão pelo tipo de parto é cercado por dúvidas, anseios, crenças e expectativas. O papel educativo do profissional de saúde no pré-natal permite oportunizar as mulheres, o desenvolvimento de um senso crítico, consciente e autônomo permitindo a elas decidirem sobre as várias possibilidades de vivenciar o processo parturitivo baseado em informações relevantes e com fortes evidências científicas.
Referências
Amorim, C., & Duarte, A.C. (2017). Indicações reais e fictícias de cesariana. Recuperado de: http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html.
Andrade, I. S. (2016). Validação de um vídeo educativo para o conhecimento, a atitude e prática de gestantes na preparação para o parto ativo. Tese (doutorado). Recuperado em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/21935/1/2016_tese_isandrade.pdf.
Andrade, P. O. N., Diniz, C. M. M., & Caminha, F. C. C. (2016). Fatores associados à violência obstétrica na assistência ao parto vaginal em uma maternidade de alta complexidade em Recife, Pernambuco. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil, 16(1), 29-37. doi: 10.1590/1806-93042016000100004.
Brasil. (2012). Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012. Regulamenta a realização de pesquisas com seres humanos. Recuperado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.
Brasil. Ministério da Saúde. (2010). Saúde sexual e saúde reprodutiva. Recuperado de: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf.
Brasil. Ministério da saúde. (2016). Portaria N° 306, de 28 de março de 2016 - Aprova as Diretrizes de Atenção à Gestante: a operação cesariana. Recuperado de: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/marco/31/MINUTA-de-Portaria-SAS-Cesariana-03-03-2016.pdf.
Copelli, F. H. S., Rocha, L., Zampierri, M. F. M., Gregório, V. R. P., & Custódio, Z. A. O. (2015). Fatores determinantes para a preferência da mulher pela cesariana. Texto e Contexto Enfermagem, 24(2), 336-43. doi: 10.1590/0104-07072015000430014.
Domingues, R. M. S. M., Dias, M. A. B., Pereira, M. N., Torres, J. A., D’orsi, E. Pereira, A. P. E., Schilithz, A. O. C., & Leal, M. C. (2014). Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final. Caderno de Saúde Pública, 30(1). doi: 10.1590/0102-311X00105113.
Gama, S. G. N., Viellas, F. E., Schilithz, A. O. C., Filha, M. M. T., Carvalho, M. L., Gomes, K. R. O., Costa, M. C. O., & Leal, M. C. (2014). Fatores associados à cesariana entre primíparas adolescentes no Brasil, 2011-2012. Caderno de Saúde Pública, 30(1). doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00145513.
Halili, L. L. R., Hutchinson, K. A., Semeniuk, K., Redman, L. M., & Adamo, K. B. (2018). Development and pilot evaluation of a pregnancy-specific mobile health tool: a qualitative investigation of SmartMoms Canada. BMC Medical Informatics and Decision Making, 18(1), 95. doi: 10.1186 / s12911-018-0705-8.
Jardim, D. B. M., Modena, C. M. (2018). A violência obstétrica no cotidiano assistencial e suas características. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 26, e3069. doi: 10.1590/1518-8345.2450.3069.
Kottwitz, F., Gouveia, H. G., & Gonçalves. A. C. (2018). Via de parto preferida por puérperas e suas motivações. Escola Anna Nery, 22(1). doi: 10.1590/2177-9465-ean-2017-0013.
Mariane, A. C., & Nascimento Neto, J. O. (2016). Violência obstétrica como violência de gênero e violência institucionalizada: breves considerações a partir dos direitos humanos e do respeito às mulheres. Caderno de Artigos Científicos, 2(25), 48-60.
Marques, S. B. (2020). Violência obstétrica no Brasil: um conceito em construção para a garantia do direito integral à saúde das mulheres. Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário, 9(1). doi: 10.17566/ciads.v9i1.585.
Mascarello, K. C., Horta, B. L., & Silveira, M. F. (2017). Complicações maternas e cesárea sem indicação: revisão sistemática e meta-análise. Revista de Saúde Pública, 5, 105. doi: 10.11606/S1518-8787.2017051000389.
Medeiros, R. M. K., Davi, L. A., Cardoso, S. R. M., Maier, S. R. O., Gimenes, L. C. V., & Sudré, G. A. (2017). Aspectos relacionados à preferência de gestantes pela via de parto. Revista Gestão & Saúde, 08 (01). doi: 10.18673/gs.v1i3.24191.
Minayo, M. C. S. (2013). O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo, 13 edição.
Moreira, F. S. D. R. (2014). Fatores que influenciam a preferência pela via do parto. Dissertação - Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Recuperado de: silo.tips_fatores-que-influenciam-a-preferencia-pela-via-do-parto.pdf.
Nascimento, R. R. P., Arantes, S. L., Souza, E. D. C., Contrera, L., & Sales, A. P. A. (2015). Escolha do tipo de parto: fatores relatados por puérperas. Revista Gaúcha de Enfermagem, 36, 119-126. doi: 10.1590/1983- 1447.2015.esp.56496.
Oliveira, P. S., Couto, T. M., Gomes, N. P., Campos, L. M., Lima, K. T. R. S., & Barral, F. E. (2019). Boas práticas no processo de parto: concepções de enfermeiras obstétricas. Revista Brasileira de Enfermagem, 72(2). doi: 10.1590/0034-7167-2018-0477.
Organização Mundial da Saúde. (1985). Appropiate technology for birth. 326(8452), 436-437. Recuperado de: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/appropriate-technology-for-birth-who/.
Organização Mundial da Saúde. (2018). Recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. Recuperado de: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/260178/9789241550215eng.pdf;jsessionid=F671739CBAE208CB7AEFADAC2AAEB7F9?sequence=1.
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica [recurso eletrônico]. Santa Maria, RS : UFSM, NTE.
Pieszak, G. M, Gomes, GC & Rodrigues, AP. (2020). Factors that interfere in the delivery and birth process: an integrative literature review.
Research, Society and Development, 9(7): 1-25, e638974470.
Riscado, C. L., Jannotti, C. B., & Barbosa, R. H. S. (2016). A decisão pela via de parto no Brasil: Temas e tendências na produção da saúde coletiva. Revista Texto Contexto Enfermagem, 25(1), 2-10. doi: 10.1590/0104-0707201600003570014.
Sanfelice, C. F. O., Abbud, F. S. F., Pregnolatto, O. S., Silva, M. G., & Shimo, A. K. K. (2014). Do parto institucionalizado ao parto domiciliar. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 15(2), 362-370. doi: 10.15253/2175-6783.2014000200022.
Silva, A. C. L., Felix, H. C. R., Ferreira, M. B. G., Wysocki, A. D., Contim, D., & Ruiz M. T. (2017). Preferência pelo tipo de parto, fatores associados à expectativa e satisfação com o parto. Revista Eletrônica de Enfermagem, 19(34). doi:10.5216/ree.v19.44139.
Silva, S. P. C., Prates, R. C. G., & Campelo, B. Q. A. (2014). Parto Normal ou Cesariana? Fatores que influenciam na escolha da gestante. Revista de Enfermagem da UFSM, 4(1) doi: 10.5902/217976928861.
Silva, E. L. & Menezes, E. M. (2000). Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis: UFSC/ PPGEP/LED.
Soares, E. S., Moreira, P. G. S., Rodrigues, D. P., Castro, T. M., Barros, T. C. X., & Viana, A. P. S. (2017). A informação de mulheres para escolha do processo de nascimento. Revista de enfermagem, 11(12), 5427-31. doi: 10.5205/1981-8963-v11i12a109938p5427-5426-2017.
Sousa, S. S., Furtado, M. D., & Nishida, F. S. (2016). Parto normal ou cesáreo? Fatores que influenciam na decisão de gestantes pela via de parto. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção,6(4). Doi: 10.17058/reci.v6i4.7975.
Teixeira, P. C., Antunes, L. S., Duamarde, L. T. L., Velloso, V., Faria, G. P. G., & Oliveira, T. S. (2020). Percepção das parturientes sobre violência obstétrica: a dor que querem calar. Revista Nursing, 23(261), 3607-3615.
Tostes, N. A., & Seidl, E. M. F. (2016). Expectativas de gestantes sobre o parto e suas percepções acerca da preparação para o parto. Temas em Psicologia, 24(2), 681-683. doi: 10.9788/TP2016.2-15.
Valadão, C. L., & Pegoraro, R. F. (2020). Vivências de mulheres sobre o parto. Fractal: Revista de Psicologia, 32(1), 91-98. doi: 10.22409/1984-0292/v32i1/5739.
Womack, J. J., Anderson, L. N., & Ledford, C. J. W. (2020). Presence of complex and potentially conflicting information in prenatal mobile apps. Health Promotion Practice, 21(2), 238-245. doi: 10.1177%2F1524839918796216.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Taímy Castrillon da Costa Faria; Angélica Pereira Borges; Áurea Chistina de Paula Corrêa; Emilly Karoliny Santos Moitinho ; Kauana Meire Pereira Guerra; Renata Marien Knupp Medeiros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.