Prevalência de anticorpos anti-Leptospira em bovinos confinados para exportação
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9929Palavras-chave:
Leptospirose; Confinamento; Vacina; Diagnóstico.Resumo
No Brasil, a leptospirose bovina é uma enfermidade de grande preocupação, causando prejuízos econômicos à pecuária e um importante risco à saúde pública. Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul se consolidou como importante exportador de gado vivo, refletindo diretamente na economia nacional. Nesse contexto, nosso estudo teve como objetivo determinar a prevalência de anticorpos anti-Leptospira em bovinos destinados à exportação, no município de Pelotas/RS. Para tanto, um total de 4.552 animais pertencentes a 34 municípios do RS foram incluídos no estudo. Uma amostragem estratificada foi realizada e uma amostra de 355 soros foram utilizados no teste de aglutinação microscópica (MAT). Dos 355 soros amostrados, 24 (6,76%; IC 95% 4,58-9,86) foram reativos para pelo menos um dos antígenos do MAT. Nenhum animal incluído no estudo tinha história de vacinação contra a leptospirose. Os sorovares Hardjo e Icterohaemorrhagiae tiveram prevalência de 2,53%, seguidos de Canicola com 1,97% e Grippotyphosa com 1,12%. Nossos resultados mostram a exposição dos bovinos ao agente, podendo levar a problemas de saúde pública, tendo em vista que a doença é uma zoonose. Pesquisas futuras podem utilizar nossos resultados para o planejamento de estudos epidemiológicos com o objetivo de descrever a situação da leptospirose em rebanhos bovinos no Rio Grande do Sul.
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